A história é local, mas espelha um problema global. Uma aldeia do estado indiano de Maharashtra, com cerca de 700 habitantes, depende quase exclusivamente de poços secos alimentados por camiões-cisterna.
Com os níveis freáticos tão baixos que tornam impossível canalizar a água, a população tem de dedicar muito tempo e esforço para conseguir sobreviver.
A falta de água, cada vez mais frequente e prolongada ao longo do ano, tem uma série de consequências nefastas para as famílias. O problema adquire ainda maior dramatismo quando se percebe que a aldeia está localizada numa bacia hidrográfica que alimenta a capital financeira da Índia, Mumbai, a antiga Bombaim, localizada a cerca de 150 quilómetros.
Com o aumento das temperaturas, a água pura e simplesmente não chega para todos, animais e humanos.
A Índia passou a ser o país mais populoso do mundo, com 18% dos habitantes do planeta, mas apenas 4% da água. Os dados mais recentes sobre as alterações climáticas dão conta de que as ondas de calor, como as verificadas no sul da Ásia neste mês de abril, são agora 30 vezes mais prováveis de acontecer do que no passado.
Nos últimos tempos, vastas parte da Índia têm ultrapassado com frequência os 40 graus. Na Tailândia os 45 graus e no Bangladesh foram mesmo atingidos os 50 graus.