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Manifestações anti-Rússia na Geórgia são "totalmente incompreensíveis", diz Putin

O Presidente da Rússia diz estar surpreendido com a reação dos georgianos e reforça que "pensou que toda a gente o iria agradecer".

Protestos na Geórgia.
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O Presidente Putin está surpreendido com o sentimento anti-russo na Geórgia, que se espalha nas ruas da capital. No dia em que o país celebra o aniversário da independência houve novos protestos contra Moscovo.

A Geórgia celebra os 105 anos da primeira independência do país. A primeira porque o Exército Vermelho recuperou-a pouco depois e só no colapso da União Soviética é que o país recuperou a soberania.

Boa parte dos 4 milhões de habitantes querem laços mais estreitos com a União Europeia, mas o Governo no poder parece mais ligado a Moscovo.

O regime é semipresidencialista, semelhante ao português, e a Presidente que discursou na cerimónia não esconde de que lado está.

"Podemos ver bem quem está a tentar ocupar a Ucrânia hoje, e também ver que o mundo está a mudar", considera Salome Zourabichvili.

O poder divide-se na Geórgia e muitos têm saído à rua nos últimos meses a pedir mais amizades com Bruxelas e menos com Moscovo.

O protesto tem aumentado de tom após a Rússia ter restaurado as suas ligações áreas com a Geórgia.

“A reação que se seguiu foi uma total supressa para mim. Pensei que toda a gente iria agradecer. Em vez disso, houve uma revolta totalmente incompreensível sobre este assunto”, defende Putin.

A Rússia reconheceu a Abecásia e a Ossétia do Sul, as duas regiões da Geórgia, como repúblicas independentes há 15 anos.

Desde o conflito que o opôs na altura as duas partes, a Geórgia mantém a posição de que são territórios georgianos ocupados por Moscovo.

As autoridades georgianas são acusadas de cooperar secretamente com o Kremlin após anos de tensão, e o Governo insiste que deve manter laços económicos com Moscovo, apesar de serem cada vez mais frequentes os protestos contra o Governo georgiano.