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Um ano após homicídios na Amazónia, ativistas criticam tratamento à causa indígena

Esta segunda-feira, para além de ser Dia Mundial do Ambiente, é também a data que marca um ano dos homicídios na Amazónia, do indígena Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

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No Rio de Janeiro, fez-se sentir a emoção de familiares e amigos que se reuniram na praia de Copacabana para lembrar a data. Eles cobraram justiça pelos assassinatos de Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, que denunciaram a falta de segurança na Amazónia e a constante ameaça dos defensores do meio ambiente e dos povos indígenas.

Bruno e Dom foram mortos há um ano, durante uma emboscada quando faziam uma viagem de barco, no Vale do Javari , região da Amazónia que tem a maior concentração de povos isolados do mundo.

Indígenas ajudaram as equipas de busca e depois de 11 dias foram encontrados partes dos corpos que foram esquartejados e queimados. A polícia prendeu os autores do crime, ligados à pesca ilegal e ao tráfico de drogas.

O assassinato que aconteceu no Dia do Meio Ambiente, foi lembrado um ano depois, também com protestos contra os crimes ambientais denunciados por Bruno e Dom, que continuam a acontecer na região.

Na semana passada, a Câmara dos deputados aprovou medidas que tiraram poderes do recém-criado ministério dos povos indígenas e do ministério do meio ambiente.

Além disso, os deputados aprovaram um projeto de lei, com um texto polémico sobre o chamado marco temporal, que se passar pelo Senado brasileiro, pode comprometer processos de demarcação em andamento e colocar em risco terras indígenas já demarcadas.

Os trabalhos de Bruno e Dom na defesa da Amazónia, foram lembrados não só como um legado para o Brasil, mas para todo o mundo .