Quatro dias depois da confirmação de que o pior acontecei ao submarino Titan, a mãe do passageiro mais jovem garante que Suleman, de 19 anos, estava “muito entusiasmado” com a viagem. Mas Christine Dawood revela também que era suposto ter sido ela a embarcar no OceanGate e não o filho.
Em declarações à BBC, Christine, mulher do empresário paquistanês Shahzada Dawood e mãe de Suleman, o filho de ambos, desmente as declarações da tia do jovem, que davam conta de que estaria “apavorado” com a expedição ao Titanic e que embarcou apenas para presentear o pai pelo Dia do Pai.
“Era suposto ir o Shahzada e eu. Mas eu deixei de ir e dei essa possibilidade ao Suleman porque ele queria muito ir. Os dois estavam muito entusiasmados [com a viagem]”, garante.
Christine conta à BBC que a viagem a bordo do Titan foi marcada antes da pandemia e que o filho Suleman ficou triste por não ter nessa altura idade para poder embarcar.
Suleman queria bater recorde no fundo do mar
Recusando revelar como se sente agora, por ter dado o seu lugar ao filho, Christine partilha com a BBC que o filho, de 19 anos, queria fazer história no fundo do mar.
Ele e o pai Shahzada levavam para todo o lado um cubo Rubik, que conseguiam resolver em apenas 12 segundos. A bordo do Titan, Suleman também levou um consigo. Queria fazê-lo, no fundo do mar, a mais de 3.700 metros de profundidade, e junto aos destroços do Titanic.
Esperança acabou às 96 horas
Apesar de admitir que as “preocupações” surgiram logo ao fim das primeiras 10 horas, quando era suposto o submarino regressar do fundo do mar, a esperança de Christine manteve-se.
Mas quando foram foram atingidas as 96 horas - a duração prevista do oxigénio a bordo do Titan -, Christine perdeu a esperança e enviou uma mensagem à família a dizer “preparem-se para o pior”.
E o pior confirmar-se-ia horas mais tarde, e após quatro dias de buscas. Ao final da tarde da passada quinta-feira, a OceanGate, empresa responsável pelo submarino Titan, anunciava e lamentava o trágico incidente e a morte dos cinco passageiros, a quem se referiu como “verdadeiros exploradores".
A guarda-costeira dos EUA acrescentou, minutos depois, que os destroços do Titan encontrados pelo ROV (veículo operado remotamente) junto ao Titanic indicavam que o submarino sofreu uma “implosão catastrófica” logo nas primeiras horas.