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Polícia que matou jovem em França pede "perdão à família"

O advogado do polícia, que está em prisão preventiva indiciado por homicídio doloso, revela que o cliente “está arrasado” e que “não queria matar” o jovem de 17 anos.

Polícia que matou jovem em França pede "perdão à família"
GONZALO FUENTES/Reuters
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O polícia que matou um jovem nos subúrbios de Paris, em França, durante uma operação de trânsito na terça-feira, pediu desculpas à família, avança à imprensa o seu advogado.

"As primeiras palavras que disse foram para pedir desculpas e as últimas palavras que disse foram para pedir desculpas à família", afirmou o advogado Laurent-Franck Liénard, ao canal de televisão francês BFMTV.

"O meu cliente ficou extremamente chocado com a violência deste vídeo (...) que viu pela primeira vez enquanto estava detido", disse o advogado, referindo-se às imagens que mostram o seu cliente a disparar o tiro que causou o morte do jovem Nahel, de 17 anos, que se recusou obedecer à ordem de paragem da polícia.

"Ele está arrasado, não se levanta de manhã para matar pessoas. Ele não queria matar", acrescentou o advogado.

O polícia foi indiciado por homicídio doloso e foi detido na quinta-feira. O advogado anunciou que vai apelar desta detenção na manhã de sexta-feira.

Um vídeo da morte do jovem registado por uma testemunha mostra o agente, de 38 anos, a apontar a arma para o jovem junto à janela do motorista enquanto outro agente falava com ele do mesmo lado, tendo sido ambos detidos.

A Justiça abriu duas investigações, uma por homicídio voluntário, outra devido à fuga da vítima, decisão que provocou a indignação da família do jovem.

Esta morte gerou uma reação política, especialmente de alguns dirigentes de esquerda, que denunciaram o grande número de mortes às mãos de elementos policiais, que contam com a legítima defesa, principalmente quando o condutor foge a um posto de controlo.

A estrela da seleção francesa Kylian Mbappé também reagiu, escrevendo numa mensagem, na sua conta no Twitter: "A França magoa-me. Uma situação inaceitável. Estou com a família e parentes de Naël, esse anjinho que se foi cedo demais".