O secretário-geral da NATO reuniu-se esta quinta-feira com oficiais da Turquia, Suécia e Finlândia para tentar desbloquear a adesão de Estocolmo até à cimeira da Aliança Atlântica, mas Ancara mantém a oposição, apesar de as partes reconhecerem progressos.
"Concordámos que houve progressos no processo, que a adesão plena da Suécia é do interesse de segurança de todos os aliados e que queremos acabá-lo o quanto antes", sustentou Jens Stoltenberg, em conferência de imprensa no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, depois de uma reunião com altos responsáveis militares e diplomáticos dos três países.
Stoltenberg, cujo mandato vai ser prolongado por um ano, considerou que ainda pode haver discussões nos próximos dias, mas a ratificação pelo parlamento turco "não vai acontecer antes de segunda-feira", véspera do início da Cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Vílnius, na Lituânia.
Por isso, a Suécia vai participar na cimeira, mas como país convidado na condição de candidato, ao contrário da Finlândia, cujo processo de adesão começou em simultâneo com o sueco, mas que acabou há três meses, com a integração plena de Helsínquia enquanto 31.º Estado-membro, no início de abril.
O secretário-geral da NATO também 'colou' as ambições do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) às do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, alegando que "qualquer atraso" na integração da Suécia será saudado pelos "terroristas curdos" e pelo Kremlin: "Assistimos a manifestações na Suécia contra a Turquia e contra a NATO, que querem impedir a adesão e fragilizar a nossa aliança."
O PKK é considerado uma organização terrorista pela Turquia e pela NATO, e está acusado de tentar depor o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan em 2016 e de promover um movimento insurgente no país que já provocou inúmeras vítimas.
Ancara acusou Estocolmo de dar asilo a elementos deste grupo, providenciando-lhes uma base para coordenarem as operações em solo turco.
As negociações entre os dois países estão a decorrer há meses, mas sofreram vários reveses, o último no final de junho, quando um homem queimou uma cópia do Alcorão em frente a uma mesquita em Estocolmo.