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Cuidadora das Aldeias de Crianças SOS em Moçambique detida por violar adolescente

A organização Aldeias de Crianças SOS tem estado de braço dado com a Justiça há vários anos. Recentemente, foi divulgado um relatório que revela abusos sexuais, gravidezes forçadas e até pornografia infantil contra menores das Aldeias Crianças SOS.

Cuidadora das Aldeias de Crianças SOS em Moçambique detida por violar adolescente
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Uma cuidadora das Aldeias de Crianças SOS em Moçambique foi detida por suspeita de violar sexualmente um adolescente de 16 anos na cidade de Inhambane, sul do país, anunciou na quarta-feira uma fonte oficial.

A cuidadora, de 43 anos, terá convidado o adolescente para a sua casa, alegando que precisava de ajuda para realizar uma tarefa doméstica, segundo Pompílio Xavier, magistrado do Ministério Público em Inhambane, em declarações à comunicação social em Inhambane.

"Na residência, ela convidou a criança para a casa de banho dizendo que queria-lhe ensinar a usar o preservativo, aí incitou a criança e depois manteve relações sexuais com ela", disse Pompilio Xavier.

Segundo o responsável, o caso ocorreu entre os meses de março e abril, mas só foi descoberto em junho, por uma assistente social.

Além de ser acusada de violar o adolescente, a cuidadora é suspeita de ter obrigado a vítima a se envolver sexualmente com outras adolescentes do mesmo infantário, segundo a imprensa local.

"Nós, o Ministério Público, promovemos a captura e prisão preventiva da senhora e neste momento estamos a aguardar que o processo corra com maior celeridade", disse Pompílio Xavier.

As acusações contra a organização humanitária

Um relatório elaborado por uma comissão independente revela abusos sexuais, gravidezes forçadas e até pornografia infantil contra menores das Aldeias Crianças SOS.

A organização humanitária austríaca acolhe mais de 65.000 crianças e apoia perto de 400.000 e, num relatório de 262 páginas divulgado em junho, são relatados crimes ocorridos ao longo de décadas, mas também revela encobrimentos.

O documento relata abusos sexuais de menores ocorridos sobretudo em África, na América Latina e na Ásia, incluindo também algumas referências a países europeus. Portugal, apesar de acolher a organização, não consta no relatório.

Associação em Portugal acusada de maus tratos

O ex-diretor da Associação Aldeias de Crianças SOS em Portugal, bem como quatro funcionárias, foram acusados de crimes de maus tratos, em 2018. Em causa estiveram agressões, insultos e ações de humilhação a utentes, muitos deles menores de idade que estavam à guarda da instituição.

No entanto, em 2021 os suspeitos foram absolvidos.