O Governo de Israel conseguiu a maioria necessária no Parlamento para começar a aprovar a polémica reforma judicial que tem provocado manifestações no país. A oposição já anunciou mais protestos, tal como relata Henrique Cymerman, correspondente da SIC no país.
De acordo com o jornalista da SIC, Israel “explodiu” esta terça-feira e a oposição de Benjamin Netanyahu classificou este dia como o “dia da resistência”. Milhares de israelitas saem à rua por todo o país, em forma de protesto contra a aprovação em primeira leitura de uma cláusula da reforma judicial, que aconteceu durante a madrugada desta terça-feira.
Se as duas leituras restantes forem aprovadas nas próximas duas semanas, o Tribunal Supremo vai provavelmente anular uma decisão que considera inconstitucional, o que provocaria uma vazio legal no país, refere Henrique Cymerman.
O correspondente da SIC diz ainda que toda esta situação parece estar relacionada com o julgamento de Benjamin Netanyahu, por corrupção, que pode levar à condenação do chefe de Estado.
Netanyahu venceu eleições em novembro
No passado dia 1 de novembro, Benjamin Netanyahu ganhou as eleições legislativas e conseguiu formar uma coligação com partidos de extrema-direita e ultraortodoxos e religiosos.
Quase de imediato, os deputados que passaram a ocupar os lugares de poder anunciaram uma reforma que tem como objetivo limitar o poder do Tribunal Supremo, enfraquecendo assim a independência da justiça e as bases democráticas formais de Israel.
O setor liberal israelita tem saído à rua desde então e não tem parado de protestar em vários pontos estratégicos. Os manifestantes acusam Netanyahu de querer instaurar uma ditadura no país.
Apesar de o Presidente israelita estar decidido a ir até ao fim, os manifestantes prometem que vão continuar a lutar até conseguirem a anulação da revolução judicial.