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França: Macron não vai cumprir tradicional discurso do feriado de 14 de julho

Em França, a festa nacional é tradicionalmente marcada por um discurso ao país pelo Presidente, mas Macron só cumpriu esse ritual por duas vezes desde que chegou ao poder, em 2017. Emmanuel Macron vai pronunciar-se "nos próximos dias".

Presidente de França, Emmanuel Macron.
Presidente de França, Emmanuel Macron.
Mindaugas Kulbis

O Presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu renunciar ao tradicional discurso do feriado nacional de 14 de julho, data que tinha fixado para fazer um balanço aos "100 dias de apaziguamento" das tensões registadas no país, anunciou fonte oficial.

O chefe de Estado francês tinha feito este apelo ao apaziguamento em meados de abril.

Na altura, o país estava a sair de vários meses de tensões sociais causadas pela reforma das pensões pretendida por Macron, tendo o chefe de Estado então fixado a data, coincidente com o Dia Nacional de França - celebrado anualmente e que remonta à data da tomada da Bastilha (14 de julho de 1789) -, para uma "primeira avaliação" dos grandes projetos que deviam ser lançados para encerrar este capítulo.

No entanto, esta quarta-feira, o gabinete da Presidência francesa anunciou que Macron não falará a 14 de julho e que se pronunciará "nos próximos dias", sem adiantar uma data.

Morte de Nahel

O apaziguamento pretendido por Macron foi recentemente posto em causa por várias noites consecutivas de tumultos urbanos que atingiram o país após a morte do jovem Nahel, morto a tiro por um polícia a 27 de junho, perto de Paris, durante um controlo de trânsito.

Em França, a festa nacional é tradicionalmente marcada por um discurso ao país pelo Presidente, mas Macron só cumpriu esse ritual por duas vezes desde que chegou ao poder, em 2017.

A celebração tem este ano como convidado de honra o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Macron, que está atualmente em Vilnius na cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), estará em Bruxelas na próxima segunda e terça-feira para outra cimeira entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e das Caraíbas (CELAC).

A partir de sábado, 22 de julho, o Presidente francês dará início a uma longa viagem à Oceânia.