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Suécia repatria funcionários da embaixada no Iraque por motivos de segurança

O edifício da representação diplomática em Bagdade foi incendiado por manifestantes.

Suécia repatria funcionários da embaixada no Iraque por motivos de segurança
AHMED SAAD

Os funcionários da embaixada da Suécia no Iraque foram temporariamente repatriados por motivos de segurança, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco, um dia após o edifício da representação diplomática ter sido incendiado por manifestantes.

"A segurança é uma prioridade. Os funcionários destacados no Iraque chegaram à Suécia num voo programado", declarou uma porta-voz do Ministério, numa nota informativa enviada à agência de notícias AFP.

A embaixada da Suécia no Iraque foi incendiada na quinta-feira durante um protesto organizado por partidários do líder religioso muçulmano xiita Moqtada Sadr, em antecipação de uma ação em Estocolmo, na qual um homem manifestou a intenção de destruir uma cópia do Corão, o livro sagrado do Islão.

Dezenas de pessoas invadiram a embaixada sueca na capital iraquiana, ateando um pequeno incêndio nas instalações da representação diplomática, enquanto outras dezenas permaneciam no exterior a fazer orações.

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Mais tarde, na quinta-feira, um cristão iraquiano, identificado como Salwan Momika, profanou uma cópia do Corão diante da embaixada do Iraque em Estocolmo, num protesto permitido pela polícia sueca.

O direito de realizar manifestações públicas é protegido pela Constituição na Suécia. As leis de blasfémia foram abandonadas na década de 1970.

O primeiro-ministro iraquiano, Shia al-Sudani, ordenou entretanto a expulsão do embaixador sueco do Iraque e a retirada do encarregado de negócios iraquiano na Suécia.

Estas medidas não foram suficientes para acalmar os manifestantes e outro protesto em Bagdad está a ser planeado para hoje, assim como em outros países de maioria muçulmana.

A Arábia Saudita e o Irão convocaram hoje os representantes das missões diplomáticas suecas nos respetivos países, para protestar contra a autorização concedida por Estocolmo a atos de profanação contra o Corão.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, também condenou fortemente os acontecimentos ocorridos na Suécia.

Para os muçulmanos, a queima do Corão representa uma profanação do texto sagrado da sua religião.