Os Washington e a Pyongyang estão em conversações devido à travessia do soldado norte-americano para território da Coreia do Norte, através da zona desmilitarizada entre as duas coreias. A informação é avançada pelo Comando das Nações Unidas que supervisiona a trégua da Guerra da Coreia.
"Foram iniciadas conversações com o Exército Popular da Coreia através do mecanismo do acordo de armistício", declarou o general Andrew Harrison numa conferência de imprensa, na capital da Coreia do Sul.
A conversação entre os dois países está a ser conduzida por militares norte-coreanos, por meio do mecanismos estabelecido sob o armistício da Guerra da Coreia - o acordo que pôs fim às hostilidades em 1953 na Península da Coreia.
A Coreia do Norte mantém o silêncio sobre o soldado americano. As autoridades norte-americanas mostraram-se preocupadas com o bem-estar do militar e afirmaram que a Coreia do Norte tem ignorado os pedidos de informações sobre Travis King, incluindo o local onde está detido.
“A principal preocupação para nós é o bem estar do privado King”, disse ainda Andrew Harrison.
Travis King, um soldado norte-americano de 23 anos, atravessou, de forma voluntária a fronteira entra Coreia do Sul e Coreia do Norte.
O jovem estaria prestes a regressar aos Estados Unidos, quando fugiu do aeroporto, ingressou numa tour à zona desmilitarizada e correu em direção à fronteira. Não se conhecem as motivações do soldado.
Coreia do Norte costuma demorar semanas ou meses a libertar informações
Os analistas citados pela agência norte-americana Associated Press (AP) recordam que a Coreia do Norte costuma demorar semanas ou meses para fornecer informações significativas deste género, a fim de potenciar influência e aumentar a urgência dos esforços dos Estados Unidos para garantir a libertação.
Segundo a AP, a Coreia do Norte pode tentar obter concessões de Washington, como por exemplo, fazer depender a libertação de King da redução das atividades militares dos Estados Unidos na Coreia do Sul.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul têm aumentado o número de exercícios militares conjuntos e a aumentar o destacamento regional de meios estratégicos norte-americanos, como bombardeiros, porta-aviões e submarinos, numa demonstração de força contra a Coreia do Norte, que testou cerca de 100 mísseis desde o início de 2022.
Entretanto, um submarino de propulsão nuclear norte-americano chegou à Coreia do Sul, no segundo destacamento de um importante ativo naval norte-americano para a Península da Coreia, informaram hoje as forças armadas sul-coreanas, reforçando a demonstração de força para combater as ameaças nucleares da Coreia do Norte.
O USS Annapolis chegou a um porto na ilha de Jeju cerca de uma semana depois de o USS Kentucky ter atracado no porto continental de Busan.