A junta militar, que tomou o poder no Níger, desafiou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e não promoveu o regresso do Presidente deposto no prazo determinado, sob pena de intervenção armada. O tempo terminou e, por isso mesmo, a junta fechou o espaço aéreo do país por temer a intervenção de potências estrangeiras.
As fronteiras terrestres e aéreas do Níger com cinco países vizinhos, a Argélia, o Burkina Faso, a Líbia, o Mali e o Chade, chegaram a ser reabertas a 2 de agosto, mas a ameaça de intervenção externa levou a uma resposta musculada.
O conflito, que fragiliza ainda mais a vida dos cerca de 25 milhões de habitantes do Níger, um dos países mais pobres do mundo. Os alimentos já estão mais caros, na sequência das sanções da Comunidade Económica Africana, e a Nigéria, que fornece cerca de 90% da eletricidade ao país, cortou parte do abastecimento.
Esta reviravolta no poder é um rude golpe para os Estados Unidos e para os aliados que viam o Níger como um grande parceiro antiterrorista no Sahel, uma vasta área a sul do deserto do Saara de onde os 'jihadistas' da Al-Qaeda e do Daesh se têm expandido.