Mundo

Letónia acusa Bielorrússia de facilitar entrada ilegal de migrantes na fronteira

Vários agentes da guarda de fronteira bielorrussa cortaram um troço da cerca entre os dois países para que estas pessoas pudessem atravessar para a Letónia. Posteriormente, os agentes bielorrussos consertaram a vedação para impedir o retorno dos migrantes.

Letónia acusa Bielorrússia de facilitar entrada ilegal de migrantes na fronteira
Michele Ursi / EyeEm

O Serviço de Fronteiras da Letónia acusou esta segunda-feira as autoridades bielorrussas de terem facilitado no domingo a entrada ilegal de migrantes em território letão, adiantando que vedações entre os países terão sido destruídas para permitir a passagem.

Vários agentes da guarda de fronteira bielorrussa cortaram um troço da cerca entre os dois países para que estas pessoas pudessem atravessar para a Letónia. Posteriormente, os agentes bielorrussos consertaram a vedação para impedir o retorno dos migrantes, segundo o portal de notícias báltico Delfi.

No entanto, os migrantes foram detidos e devolvidos pelas autoridades letãs à Bielorrússia, conforme estabelecido pelo decreto de emergência do Governo de Riga, em vigor desde agosto de 2021, para lidar com a crise migratória.

Não é a primeira vez que a Letónia alerta para as alegadas provocações vindas da Bielorrússia. As autoridades bielorrussas são acusadas de utilizarem a migração como arma para desestabilizar a região.

Na semana passada, os outros dois países afetados por estas alegadas manobras de Minsk, a Polónia e a Lituânia, reuniram-se para tratar de questões e problemas comuns de segurança, chegando mesmo, no caso de Vilnius, a levantar a possibilidade de encerrar totalmente a sua fronteira com a Bielorrússia.

A Polónia e os países bálticos sustentam que a Bielorrússia apoia estas tentativas de passagem da fronteira - pagando autocarros para os migrantes e fornecendo-lhes pertences e comida para se instalarem nas proximidades antes da travessia - em retaliação pelas sanções impostas pela UE depois da violência pós-eleitoral de 2020, que ocorreu após o sufrágio que consolidou o sexto mandato do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

A chegada nas últimas semanas de mercenários do Grupo Wagner - cerca de 4.000 soldados estão estacionados numa área de fronteira com a Polónia - prejudicou ainda mais as relações entre Minsk e os países da região.