O candidato a Presidente do Equador Fernando Villavicencio foi esta quarta-feira assassinado, baleado por desconhecidos ao sair de um comício de campanha numa área central da capital, Quito, informou o Governo.
Pelo menos nove pessoas ficaram feridas no atentado, no qual morreu também o suspeito do ataque após um tiroteio com os seguranças, segundo as autoridades.
Entre os feridos conta-se uma candidata a deputada e dois agentes policiais, informou o Ministério Público, que, juntamente com a polícia, está a recolher provas no local do crime e no centro médico para onde as vítimas foram transportadas.
O atentado ocorreu num comício realizado por Villavicencio num coliseu numa zona central e movimentada de Quito, onde um atirador desconhecido disparou contra o candidato a ocupar o lugar presidencial do Equador nas eleições gerais extraordinárias marcadas para 20 de agosto.
Equador decreta estado de emergência
O Presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, decretou esta quarta-feira à noite o estado de emergência no país durante 60 dias.
Numa mensagem à nação após uma reunião do Gabinete de Segurança do Estado, Lasso afirmou que se vai manter a data das eleições gerais extraordinárias, agendadas para 20 de agosto, mas que serão destacados militares pelo país para assegurar a segurança dos eleitores.
Presidente promete justiça
Poucos minutos após a confirmação da morte do jornalista e antigo deputado, o Presidente do Equador expressou também consternação pelo homicídio de Villavicencio e prometeu que o crime não ficará impune.
"Indignado e consternado com o assassínio do candidato presidencial Fernando Villavicencio. A minha solidariedade e condolências à esposa e filhas. Pela sua memória e pela sua luta, asseguro-vos que este crime não ficará impune", escreveu Lasso nas redes sociais.
"O crime organizado foi muito longe, mas vai-lhe cair todo o peso da lei", declarou o chefe de Estado, durante cujo mandato explodiu a maior crise de insegurança que o país já viveu, devido à proliferação e às ações violentas de grupos associados a máfias internacionais de tráfico de droga, segundo as autoridades.
O ministro do Interior, Juan Zapata, garantiu que o ataque foi realizado por assassinos contratados que também feriram outras pessoas.
Villavicencio, identificado como um crítico do ex-Presidente Rafael Correa (2007-2017), deslocava-se com proteção policial face às ameaças que recebera semanas antes.
Candidatos presidenciais indignados
Os candidatos presidenciais equatorianos manifestaram consternação e indignação pelo homicídio do adversário político Fernando Villavicencio.
Poucos minutos após a confirmação da morte, os outros sete candidatos expressaram as condolências e solidariedade para com a família, amigos e entes queridos de Villavicencio.
O ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner expressou as "mais profundas condolências e profunda solidariedade" e desejou "que Deus o guarde na sua glória".
"O nosso país está fora de controlo", afirmou Sonnenholzner, referindo-se à crise de segurança no Equador, que praticamente monopolizou o debate durante a campanha eleitoral.
Por sua vez, o esquerdista e ambientalista Yaku Pérez disse estar "consternado com o trágico e condenável assassínio de Fernando Villavicencio".
"As minhas mais profundas condolências à sua família e entes queridos. Este ato não ficará impune, o Equador não merece outra morte, é tempo de nos unirmos e recuperarmos a paz", afirmou Pérez.
Na mesma linha, o empresário e especialista em segurança Jan Topic expressou "profundo pesar como equatoriano" pelo ataque mortal sofrido por Villavicencio.
"Hoje, mais do que nunca, reiteramos a necessidade de agir com firmeza contra a criminalidade. Que Deus o tenha em bom lugar", disse Topic.