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Pelo menos seis pessoas morreram e 26 ficaram feridas em confrontos na Líbia

Os confrontos começaram quando o chefe da Brigada 444, Mahmoud Hamza, foi detido pelas Forças Especiais de Dissuasão (Rada).

Bandeiras da Líbia em Tripoli
Bandeiras da Líbia em Tripoli
Bashar Shglila

Pelo menos seis pessoas morreram e 26 ficaram feridas nos confrontos armados entre duas importantes milícias líbias que continuam desde segunda-feira à noite em vários bairros de Trípoli, na pior escalada militar deste ano, confirmou um hospital da capital.

O Ministério da Saúde pediu uma trégua de duas horas para evacuar as pessoas retidas nas zonas de combate.

Os confrontos começaram quando o chefe da Brigada 444, Mahmoud Hamza, foi detido pelas Forças Especiais de Dissuasão (Rada).

O Presidente do Conselho Presidencial, Mohamed Manfi, na qualidade de Comandante Supremo do Exército, exortou "todas as partes beligerantes a cessarem imediatamente as hostilidades".

Ao pedido juntaram-se a missão especial da ONU na Líbia (UNSMIL), a União Europeia e as embaixadas de França, Estados Unidos e Grã-Bretanha.

O Serviço de Ambulância e Emergência anunciou que o pessoal médico, pacientes e familiares conseguiram ser evacuados das clínicas localizadas nas zonas de combate, na estrada para Shouk.

A Brigada 444 declarou ter assumido o controle total da área de Ain Zara, nos arredores de Trípoli, e impediu a entrada de membros da Rada.

A companhia aérea Líbia Wings cancelou dois voos, um para a Tunísia e outro para Istambul, a partir do aeroporto de Mitiga, que desde esta manhã transfere as suas operações para o aeródromo de Misrata.

As duas milícias, com amplo controle na capital líbia, apoiam o primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional (GUN), Abdelhamid Dbeiba, contra o Executivo paralelo que administra o leste do país, e a Rada está ligada ao Conselho Presidencial.

A atual escalada militar é a pior vivida neste ano, após uma relativa calmaria, em que os atores políticos avançaram um "roteiro" para convocar eleições gerais e pôr fim ao longo e instável processo de transição iniciado após a queda do Presidente Muammar Gaddafi em 2011.