Um sismo de magnitude 6,8 abalou Marrocos na noite desta sexta-feira. De acordo com o Centro Alemão de Pesquisas em Geociências (GFZ), o epicentro do abalo foi registado a cerca de 70 quilómetros a sudoeste de Marraquexe e a uma profundidade de 18,5 quilómetros.
Segundo o primeiro balanço do Ministério do Interior marroquino, o sismo teria provocado, pelo menos, 632 mortos e 329 feridos. Pelas 11:00 (a mesma hora em Lisboa), o número de vítimas foi atualizado, subindo para 820 mortos e 672 feridos, dos mais de 200 estão em estado grave.
O número de vítimas pode vir a aumentar nas próximas horas, uma vez que ainda estão em curso operações de resgate e busca por sobreviventes.
As equipas de resgate estão com dificuldades em chegar às áreas mais afetadas pelo. Os acessos estão bloqueados e há várias estradas danificadas, o que dificulta a chegada aos locais.
Além disso, a maioria das mortes terá ocorrido em zonas montanhosas, também de difícil acesso.
As cidades de Al Hauz, Marraquexe, Ouzazate, Azilal, Chichaoua e Tarudante foram as mais afetadas. Em Marraquexe, centenas de edifícios ficaram totalmente destruídos, sobretudo no centro histórico da cidade - que é considerado Património Mundial da UNESCO.
As imagens divulgadas nas redes sociais mostraram a queda de parte de um minarete na famosa praça Jemaa el-Fna, o coração pulsante de Marraquexe, ferindo duas pessoas.
Dados preliminares davam conta de um abalo de magnitude 7 a uma profundidade de 10 quilómetros, tendo estes dados sido revistos pelo GFZ.
O abalo terá ocorrido pelas 23:11 (mesma hora de Lisboa). Cerca de 15 minutos depois, foi registada uma réplica de magnitude 4,9.
À agência EFE, um morador da cidade marroquina de Casablanca relatou o momento: “Foi muito forte, durou 15 segundos, sem parar. Liguei imediatamente à minha família em Marraquexe e lá foi extremamente forte o abalo”.
Nas redes sociais, há relatos de vários edifícios danificados e foram publicadas imagens e vídeos dos alegados destroços.
População marroquina foi apanhada de surpresa
Vários marroquinos relatam os momentos de pânico vividos na noite desta sexta-feira, durante e após a ocorrência do sismo. Algumas pessoas não se aperceberam imediatamente o que se estava a passar.
Para ajudar na assistência às vítimas, o Centro de Transfusão de Sangue e Hematologia de Marrocos pediu à população que doe sangue para ajudar as vítimas.
IPMA revela concelhos portugueses onde o sismo foi sentido
O sismo também foi sentido em Portugal, sobretudo nas regiões do Algarve e Lisboa.
De acordo com o IPMA, o sismo, "foi sentido com intensidade máxima III/IV (escala de Mercalli modificada) nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal)".
"Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra (Coimbra), Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odivelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), refere o IPMA, que admitiu a possibilidade de emitir novos comunicados sobre o assunto.
Sismo de 1960 em Agadir foi o pior de sempre em Marrocos
O abalo desta noite teve uma magnitude superior ao pior sismo alguma vez registado em Marrocos. A 29 de fevereiro de 1960, a cidade de Agadir ficou destruída e mais de 15.000 pessoas morreram num sismo de 5,8 a 15 quilómetros de profundidade.
[Última atualização às 11:00]