Os eurodeputados debatem na próxima semana os golpes militares em África, a discriminação no desporto, depois do aparente episódio de assédio sexual da futebolista espanhola Jennifer Hermoso, e a principal opositora ao regime bielorrusso vai discursar no plenário.
Apesar de o debate sobre o Estado da União, com a presidente da Comissão Europeia, ser o cabeça-de-cartaz da sessão da próxima semana do Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França), os eurodeputados debruçar-se-ão sobre outras matérias, nomeadamente os últimos dois golpes militares no Níger e no Gabão.
A situação geopolítica na região do Sahel degradou-se nos últimos dois anos e meio na sequência de nove golpes militares, exacerbada pela presença do Estado Islâmico da Província do Sahel (antigamente Estado Islâmico do Grande Saara) e de grupos de mercenários como a Wagner.
Em simultâneo, Moscovo está a tentar contornar as sanções impostas pela União Europeia (UE) por causa da invasão ao território ucraniano estabelecendo acordos comerciais com países africanos, enquanto quer apresentar-se como o principal exportador de cereais provenientes da Ucrânia, depois de em julho abandonar unilateralmente um acordo que permitia a sua exportação através do Mar Negro.
A vitória da seleção espanhola feminina no Campeonato do Mundo de Futebol foi ofuscada por um episódio de aparente assédio sexual da jogadora Jennifer Hermoso por parte do agora antigo presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales.
Neste contexto, os eurodeputados querem debater a discriminação no desporto e encontrar maneiras de combatê-la e à violência com maior eficácia e vai questionar a Comissão sobre o que está a fazer para assegurar um "desporto seguro e inclusivo para todos os atletas, espetadores e funcionários".
Desde 24 de fevereiro de 2022, com a invasão da Rússia à Ucrânia, que a Bielorrússia é, ainda mais do que no passado, um alvo das críticas dos 27, pela lealdade prestada pelo Presidente, Aleksandr Lukashenko, ao homólogo russo, Vladimir Putin, e por recentemente albergar combatentes da Wagner.
Preocupados com a subjugação de Minsk a Moscovo e a possibilidade de ser um Estado satélite do Kremlin, o PE vai debater o regime bielorrusso e reforçar o apelo para a libertação de todos os presos políticos.
Neste sentido, está previsto para quarta-feira, às 12:30 locais (11:30 em Lisboa), uma intervenção da líder da oposição bielorrussa, Sviatlana Tsikhanouskaya, exilada.
A política de migrações da UE foi alvo de um aceso debate no último Conselho Europeu, em junho, e a questão ainda está longe de ser consensual entre os países europeus.
Por isso, os eurodeputados querem esmiuçá-lo e, talvez, encontrar um caminho para que os líderes mais tarde consigam encontrar posições concertadas e avançar num tema que há anos se arrasta.