Marrocos: sismo já fez mais de 2.800 mortos, milhares ficaram sem casa
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Marrocos: sismo já fez mais de 2.800 mortos, milhares ficaram sem casa

O sismo em Marrocos causou mais de 2.600 mortos. Há ainda pelo menos mais de 2.500 feridos. O balanço de vítimas pode ainda aumentar, numa altura em que Marrocos continua sem aceitar grande parte da ajuda internacional. O país oficializou apenas o pedido de auxílio a quatro países: Reino Unido, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Espanha, que já enviou equipas para o terreno.

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UNESCO: danos no património cultural maiores do que o esperado

Marrocos: sismo já fez mais de 2.800 mortos, milhares ficaram sem casa

Lusa

O diretor regional da UNESCO para o Magrebe disse que o sismo de sexta-feira em Marrocos, provocou "danos maiores do que o esperado", em particular em Marraquexe, depois de uma visita às zonas afetadas.

"Podemos dizer que os danos são muito maiores do que o esperado. Notamos fissuras significativas no minarete da [mesquita] de Kutubiya, a estrutura mais emblemática, mas também a destruição quase completa do minarete de Kharbouch", na praça Jamaa el-Fna, ambas em Marraquexe, disse Eric Falt, diretor regional do gabinete da UNESCO para o Magrebe, citado pela agência France Presse.

O epicentro do terramoto situou-se nas Montanhas Atlas, a pouco mais de 60 quilómetros da quarta cidade do país, detentora de vários monumentos e sítios inscritos na lista do Património da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), como a Medina, a cidade velha, classificada desde 1985, onde se encontram o minarete Kutubiya, do século XII, em risco de colapso, e o minarete de Kharbouch, do século XI, que desabou.

Várias secções das muralhas históricas da cidade também ficaram danificadas, assim como o antigo bairro judeu de Mellah, uma das zonas mais devastadas, com a destruição completa de habitações.

"Depois de um desastre como este, o mais importante é preservar vidas humanas", disse o responsável da UNESCO, citado pela edição 'online' do jornal Morocco World News, acrescentando que "também é necessário planear imediatamente a segunda fase, que incluirá a reconstrução de escolas e de bens culturais afetados pelo terramoto.

Para o responsável da UNESCO, a destruição do património de Marraquexe será um desafio "a longo prazo" que vai exigir um grande esforço para a sua reconstrução e preservação.

Marraquexe: "Um dos meus filhos é que voltou para me levar, e foi quando a parede caiu lá fora"

Uma das habitantes de Marraquexe, Fatihaa
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Uma das habitantes conta que no momento do abalo já estava deitada e não se "conseguiu levantar por causa do medo". Reportagem dos enviados da SIC a Marrocos, Hugo Alcântara e Carlos Nascimento.

Marrocos: "Quando os conseguiram alcançar já tinham falecido"

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Dois dos sobreviventes do sismo em Marrocos relatam como conseguiram sobreviver ao terramoto e à destruição. Estarem na rua, no momento dos abalos, foi a sua salvação.

Novo balanço: mais de 2.800 mortos e 2.500 feridos

O número de mortos no sismo em Marrocos subiu para 2.862, enquanto o número de feridos chegou aos 2.562, de acordo com a imprensa marroquina.

Militares espanhóis no terreno admitem que é difícil encontrar sobreviventes

Marrocos: sismo já fez mais de 2.800 mortos, milhares ficaram sem casa

Lusa

Uma equipa de 56 militares espanhóis começou hoje a ajudar nas operações de resgate em povoações junto à cordilheira do Atlas, Marrocos, atingidas por um sismo na sexta-feira, onde admitem que será difícil encontrar soterrados com vida.

Os membros da Unidade Militar de Emergência, que também estiveram nos incêndios de Pedrógão, em 2017, levaram cinco camiões carregados de material de resgate e para estabilizar edifícios, e quatro cães, descreveu à Lusa Alberto Vasquez, responsável da comunicação.

O facto de a maioria das casas serem feitas de adobe dificulta a possibilidade de encontrar pessoas com vida.

"Quando são casas de betão, formam-se aquilo a que chamamos 'buracos de vida'. Neste caso, as casas desfazem-se como um castelo de areia. Mas pode haver esperança", disse Vasquez.

"Uma das situações mais dramáticas é que as casas, quando colapsam, dão a sensação de que não há 'janelas de vida'", disse o comandante Enrique Bascuas, ressalvando que os militares têm "ferramentas para trabalhar em todo o tipo de catástrofe".

Questionado sobre se será difícil encontrar sobreviventes sob os escombros, o comandante admitiu que sim.

"Pela minha experiência, vai ser difícil encontrar gente com vida, mas até ao final há esperança", comentou.

O comandante recordou que no terramoto da Turquia "foi retirada gente muitos dias depois".

"Neste momento há esperança, mas necessitamos de uma pista de alguém que esteja sob os escombros", afirmou Bascuas, que disse esperar informação das autoridades locais nesse sentido.

Médicos Sem Fronteiras dão conta de "impactos devastadores" na região de Marraquexe

Marrocos: sismo já fez mais de 2.800 mortos, milhares ficaram sem casa

Lusa

Marrocos: sismo já fez mais de 2.800 mortos, milhares ficaram sem casa
ABDELHAK BALHAKI

A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) relatou hoje que o sismo de sexta-feira em Marrocos teve "impactos devastadores" na região em torno de Marraquexe, onde há necessidades médicas urgentes.

Num comunicado remetido às redações, os MSF referem que o coordenador de emergências da organização médica humanitária, John Johnson, descreve os "fortes impactos" do terramoto em Marraquexe e em cidades e vilas nos arredores, onde a devastação é imensa.

Os MSF estão no país desde sábado e encontram-se já em Marraquexe a avaliar as necessidades, em coordenação com as autoridades locais para identificar a forma como podem ajudar as operações no terreno.

Numa declaração em áudio, divulgada pela organização humanitária, Johnson referiu que já se deslocaram a Amizmiz, uma aldeia próxima do local do epicentro do sismo, onde, numa tenda com parcos equipamentos médicos, o pessoal sanitário "totalmente exausto" presta "a assistência possível" aos feridos.

"Estão a trabalhar numa tenda, porque as pessoas têm medo de ficar dentro dos edifícios pois temem eventuais réplicas, o que pode levar ao desabamento dos edifícios, a maioria deles em ruínas", afirmou, dando conta de que dezenas de feridos foram aí tratados e os casos mais graves foram transportados de ambulância para um hospital em Marraquexe.

Segundo Johnson, os médicos e enfermeiros estão a assistir os feridos com os medicamentos que tinham disponíveis na altura, "que começam a escassear".

"É realmente incrível a devastação que vimos. Nas cidades maiores, os edifícios mais modernos parecem ter resistido bastante bem, mas muitos dos edifícios tradicionais das aldeias mais pequenas foram completamente destruídos. A fase mais aguda já deve ter passado e parece cada vez menos provável que encontremos alguém vivo, mas talvez ainda seja possível encontrar cadáveres para os enterrar devidamente", acrescentou.

Marraquexe: "As pessoas têm vindo dormir para a rua, por medo"

Marraquexe, Marrocos
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Os enviados da SIC a Marrocos, Hugo Alcântara e Carlos Nascimento, descrevem a situação na cidade de Marraquexe, que não registou vítimas mortais, mas tem grande parte dos edifícios destruídos.

Sismo já fez mais de 2.600 mortos e 2.500 feridos

Marrocos: sismo já fez mais de 2.800 mortos, milhares ficaram sem casa

SIC Notícias

O último balanço, difundido pela televisão estatal marroquina, aponta para um total de 2.681 vítimas mortais do sismo que abalou o país, na sexta-feira. Há agora também registo de 2.501 feridos.

Médicos chineses descrevem dificuldades no socorro às vítimas

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"Depois do sismo, verificou-se uma significativa escassez de equipamento médico", alerta um especialista que se encontra no terreno, no socorro às vítimas do sismo em Marrocos.