Zelensky inicia o seu discurso no Conselho de Segurança a agradecer ao chefe de Estado da Albânia por ter colocado a guerra na Ucrânia como assunto prioritário.
Lembra, também, que por algum motivo ainda está presente a Rússia naquele Conselho e a ser membro das Nações Unidas.
“Rússia já matou milhares de pessoas e tornou milhões em refugiados por destruir as suas casas. Maior parte do mundo reconhece a verdade desta guerra: é um agressão criminosa à nossa nação com o objetivo de roubar o território ucraniano e os seus recursos. Mas não só. Sou grato a todos os que reconheceram que a agressão da Rússia e a Ucrânia tem vindo a defender-se”, diz Zelensky.
“A única fonte desta guerra é a Rússia, mas isto não mudou nada. Devíamos reconhecer que a ONU está num impasse, a humanidade já não deposita a sua esperança nas Nações Unidas quando é se trata da defesa de nações soberanas. Os líderes mundiais procuram novas plataformas e alianças.”, completa o presidente ucraniano.
Zelensky relembra que não estaria presente se a Ucrânia não tivesse propostas.
Enquanto o líder ucraniano discursa, está presente o embaixador russo das Nações Unidas, Vasily Nebenzya.
A fórmula de paz da Ucrânia é destacada por Zelensky, especialmente o ponto cinco que é a implementação da Carta das Nações Unidas e a restauração da integridade territorial da Ucrânia.
“Todos no Mundo conseguem ver que a ONU é incapaz de o fazer, este lugar que a Rússia ocupa ilegalmente, através de manipulações de bastidores, cujo trabalho é esconder todas as ações da Rússia de genocídio, e todas as ações da ONU que podiam ter parado esta ação são infrutíferas, pelo poder de veto que existe nas mãos do agressor”
“O sistema atual da ONU deixa todas as nações e estados como menos influência devido ao poder do veto sob a posse de um país: a Rússia”, reforça Zelensky
A ONU é “ineficaz”, diz o presidente ucraniano.
“Tem de haver uma reforma na ONU, para além da representação no Conselho de Segurança, mas também o uso do poder de veto e isto pode ser uma reforma chave e que pode restaurar o poder da Carta das Nações Unidas”, explica.
Zelensky reforça que 574 dias da agressão da Rússia significa 574 razões para mudanças no Conselho e acrescenta que todos querem viver num mundo livre de agressão, “mas em contraste há apenas uns indivíduos obcecados em Moscovo, cujo veto não deve servir quem é obcecado pela guerra”.
“O poder de veto devia ser voluntariamente suspenso, mas podemos observar que a Rússia não vai abdicar deste privilégio roubado”, explica Zelensky e acrescenta que vai ser impossível travar a guerra pelo poder de veto da Rússia.
A Ucrânia considera injusto que mil milhões de pessoas não têm também representação no Conselho de Segurança, como a África, a Ásia, nações como Japão, Índia e o mundo islâmico.
"Há uma necessidade de expandir a ação participativa para todos os membros da Assembleia das Nações Unidas que não são reconhecidas como agressoras", reflete o presidente.