O líder sérvio-bósnio, o separatista e populista Milorad Dodik, classificou esta quinta-feira o alto representante internacional para a Bósnia-Herzegovina, o alemão Christian Schmidt, como "escumalha fascista".
"Ele é uma escumalha fascista que veio aqui para nos impor as suas posições", disse Dodik, em declarações à agência de notícias sérvio-bósnia Srna.
Segundo o Presidente da República Sérvia da Bósnia, uma das duas entidades autónomas do país balcânico, a própria biografia do ex-ministro alemão confirma a avaliação que faz dele.
E acrescentou que os avós de muitos outros altos responsáveis alemães também envergaram "fardas de oficiais fascistas". Por isso, acusou igualmente o enviado especial da Alemanha para os Balcãs Ocidentais, Manuel Sarrazín, de fazer exigências "imperialistas, com o desejo de menosprezar, humilhar e dominar".
"Vieram aqui para matar o nosso povo! Desavergonhados! Já nos mataram no século passado e ainda não conseguiram desistir disso de modo algum", afirmou Dodik.
O dirigente sérvio-bósnio considerou que as "boas intenções" de países como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha "estão à vista nas duas guerras mundiais, no bombardeamento da Sérvia pela NATO em 1999 e na tomada do Kosovo".
Sobre as críticas que lhe foram dirigidas pelo Ocidente, Dodik recordou que também o ex-Presidente da Sérvia Slobodan Milosevic "sofreu muito por ter defendido o povo sérvio e a Sérvia".
O nacionalista autoritário Milosevic morreu na prisão do Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia, em Haia, enquanto estava a ser julgado por presumíveis crimes de guerra.
Em contraste, noutra entrevista, concedida na quarta-feira à noite, Dodik elogiou o Presidente da Rússia, Vladimir Putin: "A melhor pessoa que conheci na política".
O líder sérvio-bósnio promove há anos políticas e medidas separatistas com o objetivo de afastar a República Sérvia do Estado central bósnio.
A entidade sérvia da Bósnia foi criada em 1995 no âmbito dos acordos de paz de Dayton que puseram fim a três anos de guerra no país balcânico, que fizeram cerca de 100.000 mortos e centenas de milhares de deslocados.
