Mundo

Pacto europeu de migração: Espanha vê "ponto de equilíbrio", Polónia anuncia "veto total"

"Foi encontrado um bom ponto de equilíbrio que é do interesse para Espanha", afirmou Pedro Sánchez. Já o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, publicou uma mensagem na véspera da sua viagem para a cimeira europeia de Granada, a anunciar um "veto total" ao pacto europeu de migração.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez
JUAN MEDINA/REUTERS

O primeiro-ministro espanhol considerou esta quinta-feira que o acordo europeu sobre a gestão de crises migratórias é um bom "ponto de equilíbrio" e interessa a Espanha, um dos países que lida com maior número de entradas ilegais na Europa.

"Foi encontrado um bom ponto de equilíbrio que é do interesse para Espanha", afirmou Pedro Sánchez, em resposta a questões dos jornalistas na cidade espanhola de Granada, onde decorre uma cimeira da Comunidade Política Europeia.

O primeiro-ministro espanhol considerou que o acordo alcançado em Bruxelas na quarta-feira resulta de cedências "de todos", mas fixa as bases para haver um Pacto de Migração e Asilo na União Europeia.

"E Espanha é um país muito interessado em que haja um Pacto de Migração e Asilo", sublinhou, antes de realçar que esse acordo tem de ter dois eixos: solidariedade e responsabilidade.

Para além do controlo de fronteiras, da luta contra a imigração irregular e da promoção da migração regular, tem de haver solidariedade entre os países da União Europeia, afirmou.

"O que não pode ser é que determinadas zonas do nosso país, como o sul de Espanha, as ilhas Canárias ou as ilhas Baleares enfrentem e assumam todo o fenómeno de imigração irregular sem a solidariedade do resto dos países europeus. Penso que aí foi encontrado um ponto de equilíbrio que é do interesse para Espanha", afirmou.

Já o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, publicou uma mensagem na véspera da sua viagem para a cimeira europeia de Granada, a anunciar um "veto total" ao pacto europeu de migração.

Num vídeo difundido através das suas redes sociais, o chefe do Governo polaco afirma que se deslocará a Granada para, "apesar da pressão e da chantagem, apresentar uma posição contrária ao pacto migratório", assegurando que a Polónia "continua a ser um lugar seguro e pacífico".

Com estas palavras, Morawiecki reafirma a posição contra "os burocratas de Bruxelas e os seus verdadeiros patrões, os de Berlim" que tentam, como disse há poucos dias, "implementar um plano insano" que irá "inundar Varsóvia com imigrantes ilegais".

O que é o Pacto para a Migração e Asilo?

A União Europeia (UE) fechou na quarta-feira o Pacto para a Migração e Asilo, com o acordo, a nível de embaixadores, sobre o regulamento para a gestão de crises.

Com esta aprovação, podem ser concluídas as negociações entre o Conselho e o Parlamento Europeu, que deverão estar fechadas até final do ano, de modo a que o pacto seja formalmente adotado ainda nesta legislatura, ou seja, antes das eleições europeias de junho de 2024.

A Comissão Europeia propôs o novo Pacto em matéria de Migração e Asilo em setembro de 2020, com o objetivo de "construir da melhor forma um sistema de gestão e normalização da migração a longo prazo, plenamente assente nos valores europeus e no direito internacional", na sequência da crise migratória de 2015-2016.

Espanha assume neste momento a presidência semestral da UE e promove duas cimeiras consecutivas, em Granada: uma da Comunidade Política Europeia e outra do Conselho Europeu.

Com Lusa