Nem nos piores pesadelos os israelitas imaginavam que algum dia, mais de uma centena de membros do braço armado do Hamas conseguiriam infiltrar-se em Israel e ocupar durante longas horas uma dezena de populações.
Em pleno descanso sabático e no dia da festa religiosa judaica de Simchat Torá, este era o último cenário que os israelitas podiam conceber.
Às 6:30 da manhã Israel acordou com dezenas de sirenas e centenas de explosões de milhares de rockets lançados desde Gaza. O sistema antimísseis Cúpula de Ferro conseguiu intercetar a maioria dos ataques.
Mas, nesse momento, ninguém sabia que na fronteira de Gaza foi destruída a barreira de segurança da fronteira e entravam em Israel com Jeeps e motas.
Os islamistas provocaram dezenas de mortos e centenas de feridos, ocuparam a base militar da divisão de Gaza e levaram para a faixa palestiniana dezenas de soldados e civis, entre eles uma jovem que foi exibida na rua de Gaza como um troféu. Outros eram já cadáveres.
“Tenho familiares, eles estão encerrados e assustados em casa. Por favor, cuidem deles. Eles não têm comida nem água. Aparentemente, não saíram do abrigo desde esta manhã. Estamos a tentar localizá-los sem sucesso. Não atendem os telefones", descreveu Sara.
“Estamos em guerra”
“Estamos em guerra. Não é uma operação limitada, não é uma escalada, isto é uma guerra. Convoquei os chefes da segurança nacional e primeiro ordenei que limpassem as aldeias dos terroristas que se infiltraram. Este ato está a ser realizado neste momento”, disse o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
Jornalistas de Gaza próximos a Hamas informaram em direto. Os líderes do Hamas pediram aos quatro milhões e meio de palestinianos da Cisjordânia e aos dois milhões de árabes-israelitas que se-unam a guerra santa para defender a Mesquita de Al Aqsa de Jerusalém e libertar milhares de presos palestinianos da prisão israelita.
O objetivo do Hamas com esta inesperada operação é duplo: liderar os territórios palestinianos, ganhando mais popularidade, e impedir um possível acordo de paz entre a Arabia Saudita e Israel que está a ser negociado pela administração Biden.
O exército recrutou dezenas de milhares de reservistas e preparou-se também para um possível ataque do grupo pró-iraniano Hezbollah procedente do Líbano.
O Irão que apoia o Hamas desde o ponto de vista militar e económico declarou que se trata de um novo capítulo na luta contra a existência do estado judaico.