A subida da temperatura da água do mar está a acelerar a destruição dos recifes de corais tropicais do planeta. Em meio século, perderam metade da área que ocupavam.
Numa atitude limite, uma aliança de 45 países está agora a tentar reunir 11 mil e 500 milhões de euros de governos e privados para garantir o futuro de 125 mil quilómetros quadrados dos mais antigos e ricos ecossistemas dos oceanos e dos cerca de 500 milhões de pessoas que deles dependem.
Mais do que locais cheios de cores e de formas que captam o olhar, os recifes de corais de águas tropicais pouco profundas são berços de vida inusitada. São dos ecossistemas mais antigos e mais ricos do planeta. Deles depende um quarto de toda a vida dos oceanos e o alimento, proteção e rendimento de cerca de mil milhões de pessoas.
Metade dos recifes de corais do mundo perdeu-se em meio século
Os peritos vinham alertando para as consequências das alterações climáticas nos recifes de corais, mas nunca como neste ano o impacto foi tão evidente. Na Florida, as temperaturas recorde da água do mar deixaram moribundos 90 por cento dos corais de Key Largo.
É um prenúncio de morte que já afetou também largas manchas de recife na Indonésia, ou até mesmo na Grande Barreira de Coral da Austrália, considerada uma das Sete Maravilhas do Planeta.
Para levar a cabo a tarefa, uma aliança de 45 países, que representam 75% dos recifes de corais do mundo, pede cerca de 11 mil e 500 milhões de euros
a governos e a privados.
A Iniciativa Internacional para os Recifes de Coral quer duplicar a área sob proteção. Atualmente, nos 60 mil quilómetros quadrados, quer dota-las de tecnologia para a gestão e monitorização, travar fontes de poluição e tornar o turismo mais sustentável.