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União Europeia pede que retirada de civis do norte de Gaza seja "seriamente reconsiderada"

"A ordem de saída de mais de um milhão de pessoas do norte de Gaza deve ser seriamente reconsiderada, como defendeu vigorosamente António Guterres" num artigo de opinião no 'The New York Times', considerou Josep Borrell.

União Europeia pede que retirada de civis do norte de Gaza seja "seriamente reconsiderada"
JUAN MEDINA

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, pediu este sábado que a retirada de mais de um milhão de pessoas do norte para o sul da Faixa de Gaza, ordenada por Israel, seja "seriamente reconsiderada".

O responsável da UE apresenta assim uma posição alinhada com a do secretário-geral da ONU, António Guterres.

"A ordem de saída de mais de um milhão de pessoas do norte de Gaza deve ser seriamente reconsiderada, como defendeu vigorosamente António Guterres" num artigo de opinião no 'The New York Times', considerou Borrell, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

O alto representante da União Europeia para a Política Externa também defendeu que "todos os reféns de Gaza devem ser libertados" e que "os civis não devem ser usados como escudos humanos".

Borrell explicou que manteve "intensas consultas" com a diplomacia da Arábia Saudita, Egipto, Qatar e Emirados Árabes Unidos, que confirmaram a sua "convicção de que a prioridade é garantir a proteção de todos os civis".

O representante para as relações externas da UE insistiu este sábado, também em linha com Guterres, que a deslocação da população de Gaza exigida pelas forças israelitas é "perigosa" e "praticamente impossível".

"Para um milhão de civis sair do norte de Gaza, através de uma zona de guerra densamente povoada para um local sem comida, água ou abrigo, num território sitiado, é extremamente perigoso e praticamente impossível", notou na rede social.

Às 16:00 horas locais, o último ultimato do Exército israelita para que os civis de Gaza fugissem para o sul expirou, com a ameaça de "atacar com força total".

O apelo afeta 1,1 milhões de pessoas, quase metade da população de Gaza, o maior deslocamento humano dentro daquela Faixa.