É cada vez mais dramática a situação na Faixa de Gaza. Bens essenciais como água, alimentos ou combustível são escassos. Os hospitais estão sobrelotados e o número de vítimas não para de aumentar.
Apesar dos apelos para a contenção, Israel continua a lançar ataques aéreos e prepara uma ofensiva em larga escala para esmagar o Hamas. Entre os milhares de mortos, são apenas conhecidos dois membros do Hamas.
A ONU lembra que até a guerra tem regras e alerta que Gaza está a ser empurrada para o abismo. Quem sobreviveu aos bombardeamentos contínuos garante que o limite foi ultrapassado há muito.
Segregada há décadas, a prisão a céu aberto onde vivem mais de dois milhões de pessoas prepara-se agora para ser alvo de uma invasão por mar, terra e ar.
A operação está a levar à mobilização em força de uma das mais poderosas máquinas de guerra do mundo.
“Estão a destruir-nos”
Com poucos ou nenhuns recursos para tentar resgatar eventuais sobreviventes debaixo dos escombros dos edifícios destruídos pelos bombardeamentos das forças israelitas, há incontáveis vítimas que, muito provavelmente, nunca vão ser encontradas.
Apesar do ultimato dado pelo Governo israelita, milhares de pessoas permanecem no norte de Gaza, onde as condições de sobrevivência estão a esgotar-se.
“Isto são arcas congeladoras para gelados. Lá dentro estão corpos de pessoas mortas. Corpos que não foram identificados devido ao estado brutal em que se encontram. Corpos de desconhecidos que deveriam ser honrosamente enterrados”, conta Yasser Ali, um médico do hospital Al-Aqsa.
Quase sem água e sem combustíveis para alimentar os geradores, os hospitais estão numa situação crítica.
As Nações Unidas e as organizações de apoio humanitário lançam apelos ao Governo israelita para que levante o bloqueio e permita fazer chegar ajuda à população de Gaza.
Este domingo, o secretário de Estado norte-americano anunciou que vai ser reaberta a passagem entre o Egito e a Faixa de Gaza na cidade de Rafah. Uma esperança de que possa, assim, entrar ajuda humanitária em Gaza.