O Partido Socialista espanhol (PSOE) e a formação de esquerda Somar disseram que alcançaram um acordo para uma coligação de Governo em Espanha que visa garantir estabilidade ao país e a convivência entre os espanhóis.
O texto do acordo implica algumas cedências por parte do Partido de Pedro Sanchéz. A mais importante é a redução do horário semanal de trabalho das 40 horas para as 37 horas e meia, uma medida faseada para entrar em vigor nos próximos anos.
O primeiro-ministro espanhol fez um balanço positivo dos últimos quatro anos de Governo, em que já liderou um executivo de coligação formado pelo PSOE e pela Unidas Podemos, uma plataforma de partidos à esquerda dos socialistas a que agora sucedeu o Somar.
“Fomos um Governo de coligação a que davam dois dias, mas ficou quatro anos. E vamos ficar mais quatro anos”, disse Pedro Sánchez, em Madrid, depois de assinar formalmente o acordo de coligação para a nova legislatura com a líder do Somar e atual vice-presidente do Governo e ministra do Trabalho, Yolanda Díaz.
Os socialistas também concordaram com a criação de programas de combate ao desemprego jovem, de reforço do sistema de saúde público e vários outros pontos que os líderes da Somar impuseram para garantir a coligação.
O PSOE e o Somar não têm maioria absoluta no Parlamento, pelo que para o novo Governo tomar posse terá de ser viabilizado por deputados dos partidos nacionalistas e independentistas da Galiza, Catalunha e País Basco, com quem continuam a negociar, sem ainda existir um acordo.
As 230 medidas do acordo de coligação passam ainda por áreas como a educação, a habitação, a saúde, a igualdade de género e a política fiscal. Neste último caso, um dos objetivos é "reforçar os impostos à banca e às grandes energéticas", segundo Yolanda Díaz.
As eleições legislativas, em Espanha, foram a 23 de julho, mas nem o PSOE, nem o Partido Popular, conseguiram votos suficientes para formar Governo e o parlamento espanhol rejeitou no final de setembro a candidatura a primeiro-ministro de Alberto Núñez Feijóo.
Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo Parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.
Com Lusa