Ricardo Costa e Nuno Almeida Pereira consideram que as declarações do secretário-geral das Nações Unidas “foi claro e equilibrado”, mas “o encadeamento do raciocínio não foi brilhante do ponto de vista diplomático".
O jornalista da SIC, Ricardo Costa, acredita que António Guterres “não queria cortar pontes com nenhum dos lados (…) porque há muitos interesses cruzados e, se calhar, deveria ter usado outras palavras ou, sobretudo, a sucessão de argumentos, não devia ser a mesma”. Contudo, Costa admite que a principal preocupação de Guterres é com os direitos humanos em Gaza, o que “faz sentido porque é secretário-geral das Nações Unidas”.
Para Nuno Almeida Pereira as declarações de Guterres foi no sentido “de uma situação de completa miséria, repressão, ocupação do seu território. Nem a morte justifica a punição coletiva que Israel está a submeter os Palestinianos”.
“Acho que devíamos deixar de usar nos telejornais guerra entre Israel e Hamas, (…) porque há pura e simplesmente uma guerra de Israel contra os palestinianos”, sugere Nuno Almeida Pereira.
O comentador da SIC esclarece que cabe à ONU preocupar-se com a vida de todos os cidadãos do planeta e “para as Nações Unidas os palestinianos não são menos pessoas que os israelitas”.
António Guterres condenou inequivocamente os "atos de terror" e "sem precedentes" de 7 de outubro perpetrados pelo Hamas em Israel, salientando que "nada pode justificar o assassinato, o ataque e o rapto deliberados de civis".
Contudo, o secretário-geral da ONU admitiu ser "importante reconhecer" que os ataques do grupo islamita Hamas "não aconteceram do nada", frisando que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante".