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Conversações sobre plano de paz da Ucrânia começam em Malta sem presença russa

A reunião de dois dias dos delegados, que tentam fazer avançar um plano de paz, é a terceira ronda destas negociações nos últimos meses. A Ucrânia vê-os como uma oportunidade para obter apoio para o plano de paz de 10 pontos do seu Presidente, Volodymyr Zelensky.

Conversações sobre plano de paz da Ucrânia começam em Malta sem presença russa
MINISTRY FOR FOREIGN AND EUROPEA

As negociações sobre o plano de paz da Ucrânia começaram este sábado, em Malta, com a participação de mais de 65 países, mas sem a presença da Rússia, disseram autoridades maltesas e ucranianas.

A reunião de dois dias dos delegados, que tentam fazer avançar um plano de paz, é a terceira ronda destas negociações nos últimos meses. A Ucrânia vê-os como uma oportunidade para obter apoio para o plano de paz de 10 pontos do seu Presidente, Volodymyr Zelensky, por parte de países de todo o mundo, especialmente porque o conflito no Médio Oriente ameaça desviar o foco da guerra entre russos e ucranianos.

A Rússia considerou a iniciativa tendenciosa e recusou-se a participar nas reuniões.

"Os esforços diplomáticos da Ucrânia estão a dar frutos, à medida que o apoio internacional à fórmula de paz ucraniana está a crescer", escreveu o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, na rede social X (antigo Twitter) antes da sessão de abertura, sublinhando a forte presença internacional.

A ronda inicial de conversações, que decorreu em junho, em Copenhaga, contou com apenas 15 participantes, aumentando para 43 na segunda ronda, em Jeddah, em agosto, e agora para 65.

No seu discurso na conferência, Yermak observou que, à medida que mais e mais Estados se juntam ao desenvolvimento do plano de Zelensky, "a Rússia terá que ceder à comunidade internacional. Terá de aceitar as condições comuns".

Os cinco pontos que serão discutidos em Malta

O representante da presidência ucraniana especificou de seguida que cinco dos 10 pontos do plano seriam discutidos nas conversações deste fim de semana: segurança nuclear, segurança energética, segurança alimentar, libertação de prisioneiros de guerra e deportados e restauração da integridade territorial da Ucrânia.

Na sua intervenção na abertura do encontro, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Malta, Ian Borg, disse que a elevada participação foi um "voto de confiança em Malta como mediador da paz", reiterando o apoio do país à Ucrânia.

"Embora sejamos um Estado neutro, não podemos ficar em silêncio diante da injustiça, das atrocidades e do abuso de poder nesta região", disse Borg. "Malta acredita no multilateralismo sob os auspícios do direito internacional e da Carta das Nações Unidas", sublinhou.