Germano Almeida, comentador da SIC, afasta uma equivalência de crimes de guerra de Israel ao Hamas. Na SIC Notícias, destaca que é a maior catástrofe humanitária na região, pelo menos, nos últimos 50 anos.
Israel voltou a atacar o campo de refugiados de Jabalia, a norte da Faixa de Gaza. Na SIC Notícias Manhã, Germano Almeida refere que é "impossível" saber-se o número real de vítimas dos bombardeamentos ao campo de refugiados, uma vez que é uma guerra com "dois atores, dois lados com versões diferentes".
O especialista salienta que há uma "diferença clara" entre os crimes de guerra de Israel e do Hamas. Para Germano Almeida, Israel não tinha como objetivo matar pessoas, enquanto o Hamas tinha. Por isso, não consegue "fazer equivalência". Se isso legitima Israel? "Não", considera.
"Israel tem alguma intenção, algum objetivo, alguma vantagem em bombardear campo de refugiados? Não. Hamas parece que teve vantagens em entrar por Israel adentro, entrar pela casa das pessoas, matar, torturar, violar, espancar e tornar reféns. Há uma diferença. Israel está a matar muito mais, é verdade, mas Hamas tem 0 preocupação com a sua população civil e faz dela escudos humanos. Isso legitima Israel a fazer isso? Claro que não. Isso é a tragédia de Israel", afirma.
Sobre a reabertura da fronteira de Rafah, a única fronteira de Gaza que não é com Israel, para estrangeiros, explica que as pessoas são escolhidas para não haver um "aproveitamento ou vantagem" dos terroristas do Hamas.
No entanto, o número é "simbólico". "É um número muito pequeno em função do número de feridos", defende, acrescentando que todos os dias morrem ou ficam feridas cerca de 400 crianças.
"Estamos perante a maior catástrofe humanitária na região, pelo menos, nos últimos 50 anos", diz.
O conflito entre Israel e o Hamas, classificado como uma organização terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, causou já milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.
A situação humanitária na região é descrita como catastrófica pela ONU e pelas organizações não-governamentais presentes.