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Putin assina lei para a saída da Rússia do tratado que proíbe ensaios nucleares

Desde o início da guerra na Ucrânia que o Presidente russo fala sobre o uso de armas nucleares, tendo colocado arsenal nuclear na Bielorrússia e realizado testes de disparos de mísseis balísticos.

Putin assina lei para a saída da Rússia do tratado que proíbe ensaios nucleares
SPUTNIK

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou esta quinta-feira a lei sobre a revogação da ratificação do Tratado de Proibição de Testes Nucleares, num contexto de guerra com a Ucrânia e de crise com o Ocidente.

O Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares foi aberto à assinatura em 1996 (Portugal assinou a 24 de setembro desse ano e ratificou em 2000). Nunca entrou em vigor porque não foi ratificado - um passo necessário para a sua entrada em vigor - por um número suficiente de Estados entre os 44 países que tinham instalações nucleares no momento da elaboração do tratado.

No início de outubro, Putin anunciou que a Rússia poderia revogar a ratificação do Tratado em resposta aos Estados Unidos que nunca o ratificaram.

“Não posso dizer se vamos ou não retomar os testes”, disse Putin, ao mesmo tempo que elogiava o desenvolvimento de novos mísseis de alta potência que podem transportar ogivas nucleares.

Desde o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022 que o Presidente russo fala sobre o uso de armas nucleares, tendo colocado arsenal nuclear na Bielorrússia, o seu aliado mais próximo, durante o verão de 2023.

A lei sobre a revogação da ratificação do Tratado de Proibição de Testes Nucleares foi adotada pela primeira vez pela Duma Estatal, a câmara baixa do Parlamento Russo, antes de ser aprovada por unanimidade pela câmara alta no final de outubro.

O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, classificou a votação como "uma resposta à atitude odiosa dos Estados Unidos em relação às suas obrigações de manter a segurança global".

Manobras das forças nucleares russas por terra, mar e ar

No final de outubro, a Rússia realizou testes de disparo de mísseis balísticos com o objetivo de preparar as suas forças para um “ataque nuclear massivo” em resposta.

A doutrina nuclear russa prevê um uso “estritamente defensivo” de armas nucleares , no caso de um ataque à Rússia com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armas convencionais “ameaçando a própria existência do Estado”.

Em fevereiro, a Rússia também suspendeu a sua participação no tratado de desarmamento nuclear New Start, assinado com os Estados Unidos em 2010, o último acordo bilateral que liga russos e americanos.

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