O Hamas poderá libertar 12 reféns, "metade deles norte-americanos", em troca de uma "trégua humanitária de três dias" na sequência de uma mediação liderada pelo Qatar, indicou esta quarta-feira à France-Presse (AFP) fonte próxima do movimento islamita em Gaza.
Segundo a agência noticiosa francesa, que cita a fonte, as negociações estarão "atualmente a esbarrar" na duração da trégua e na inclusão neste acordo do "norte da Faixa de Gaza", palco de grandes operações de combate.
"O Qatar está à espera de uma resposta dos israelitas", acrescentou a fonte, que solicitou anonimato.
Uma tal trégua deverá também permitir ao Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, "entregar mais ajuda humanitária" ao território palestiniano sitiado através do terminal de Rafah, segundo a mesma fonte.
"Não vou comentar nenhumas negociações", disse à AFP, por sua vez, o porta-voz do Governo israelita, Eylon Levy.
Mais de 240 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza no dia do ataque sem precedentes dos comandos do Hamas em solo israelita, a 07 de outubro. Vários estrangeiros, entre os quais dez norte-americanos, encontram-se entre os reféns.
Israel recusa qualquer trégua humanitária enquanto os reféns não forem libertados, apesar dos apelos urgentes da ONU, das organizações não-governamentais e das capitais estrangeiras para um cessar-fogo ou uma pausa que permita a entrega de ajuda à população privada de água, eletricidade, alimentos e medicamentos.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos sete países mais industrializados do mundo (G7), reunidos em Tóquio, manifestaram apoio a "pausas e corredores humanitários" em Gaza.
O Qatar, que acolhe um gabinete político do Hamas e forneceu milhões de dólares em ajuda financeira a Gaza, esteve envolvido na mediação que levou à libertação de quatro reféns em outubro: uma mulher norte-americana e a sua filha, e duas mulheres israelitas.
O Estado, rico em gás, é também um aliado próximo dos Estados Unidos e alberga a maior base militar da região.
No domingo, o primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, declarou que Doha vai continuar a sua mediação, apesar das dificuldades no terreno "causadas pelas ações da ocupação israelita".