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Israel quer explicações sobre jornalistas que acompanharam ataque do Hamas

Trata-se das agências noticiosas norte-americana AP e britânica Reuters, da televisão CNN e do jornal The New York Times (NYT), também dos Estados Unidos.

Israel quer explicações sobre jornalistas que acompanharam ataque do Hamas
Alexi J. Rosenfeld

Israel exigiu esta quinta-feira explicações a quatro 'media' internacionais que utilizaram fotografias de jornalistas de Gaza que atravessaram a fronteira durante o ataque do Hamas de 07 de outubro, acusando-os de cumplicidade em crimes.

Trata-se das agências noticiosas norte-americana AP e britânica Reuters, da televisão CNN e do jornal The New York Times (NYT), também dos Estados Unidos.

"Quatro fotógrafos que trabalhavam para estes meios de comunicação social documentaram os horrores perpetrados pelos terroristas do Hamas depois de terem atravessado a fronteira", disse o Gabinete de Imprensa do Governo israelita (GPO).

O chefe do GPO, Nitzan Chen, exigiu explicações aos chefes de redação da AP, Reuters, CNN e NYT, afirmando que os seus jornalistas "filmaram o assassínio de civis, o abuso de cadáveres e o rapto de homens e mulheres".

"Ultrapassa todos os limites, tanto profissionais como morais", considerou, num comunicado citado pela agência EFE.

A Direção de Assuntos Públicos do gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, exigiu que fossem tomadas "medidas imediatas em relação aos fotógrafos ao serviço do Hamas".

"Estes jornalistas foram cúmplices de crimes contra a humanidade. As suas ações foram contrárias à ética profissional" afirmou em comunicado.

A organização israelita Honest Reporting, que monitoriza publicações de órgãos internacionais, divulgou um artigo em que levanta questões éticas e questiona se se trata de "fotojornalistas ou infiltrados".

A Honest Reporting alegou que "os crimes cometidos pelos milicianos" do Hamas em território israelita "foram captados por fotojornalistas baseados em Gaza que trabalhavam para as agências" AP e Reuters.

A organização pergunta o que é que os jornalistas "estavam lá a fazer", se a cobertura do ataque "foi coordenada com o Hamas" e se os 'freelances' notificaram a CNN e o NYT "de que tinham violado uma fronteira".

No artigo, omite-se que os buracos na barreira de separação entre a Faixa de Gaza e Israel permaneceram abertos durante várias horas. A Associação da Imprensa Estrangeira em Israel disse à EFE que "os jornalistas em questão não são membros" da associação e que decidirá "como agir mais tarde".

A agência AP já divulgou um comunicado no qual negou categoricamente ter tido qualquer informação prévia sobre o ataque do Hamas.

Esclareceu que o jornalista que enviou as fotografias era independente e já não trabalha para a empresa, e defendeu que "nenhum membro da equipa da AP atravessou a vedação em nenhum momento".