Os Estados Unidos indicaram esta terça-feira ter informações de que o movimento islamita Hamas e outras milícias palestinianas estão a utilizar hospitais da Faixa de Gaza e túneis sob os mesmos para se esconder, apoiar operações militares e manter reféns.
Um desses hospitais é o maior daquele território palestiniano, o hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, segundo o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, que sublinhou que os Estados Unidos não apoiam ataques a estabelecimentos de saúde.
"Não apoiamos ataques aéreos a hospitais. Os hospitais e os doentes devem ser protegidos", disse Kirby aos jornalistas que acompanhavam o Presidente norte-americano, Joe Biden, a bordo do avião Air Force One, numa deslocação a São Francisco para uma cimeira com os líderes da região Ásia-Pacífico.
Kirby disse que os Estados Unidos também não querem ver "combates em hospitais, onde pessoas inocentes, pessoas indefesas, pessoas doentes estão simplesmente a tentar obter os cuidados médicos que merecem".
Questionado sobre provas para sustentar a afirmação de que os hospitais de Gaza estão a ser usados como esconderijo pelos combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e seus aliados, Kirby respondeu que elas "provêm de várias fontes de informação", sem fornecer mais pormenores.
As autoridades palestinianas apelaram para um cessar-fogo para retirar três dúzias de recém-nascidos e outros doentes encurralados no maior hospital de Gaza, enquanto as forças israelitas lutam contra o Hamas nas ruas em volta e conquistam mais terreno no norte de Gaza.
Civis usados como escudo
Há vários dias que o Exército israelita cercou o hospital Al-Shifa, onde e sob o qual afirma que o Hamas se esconde, usando civis como escudos da sua principal base de comando.
Os funcionários do hospital e o Hamas negam tal acusação. Entretanto, centenas de doentes, profissionais de saúde e pessoas deslocadas estão retidas no interior das instalações, com as provisões a escassear e sem eletricidade para fazer funcionar as incubadoras e outros equipamentos que salvam vidas.
Sem refrigeração há dias, os funcionários da morgue abriram uma vala comum no pátio para mais de 120 cadáveres, indicaram as autoridades.
O confronto no Al-Shifa e noutros hospitais ocorre numa altura em que as forças israelitas controlam cada vez mais pontos da cidade de Gaza e da parte norte da Faixa de Gaza, afirmando que estão a expulsar e a matar combatentes do Hamas.