Três cidadãos portugueses, dois deles menores, morreram num bombardeamento em Gaza, juntamente com dois familiares. Aguardavam a retirada por indicação de Portugal, referiu a diplomacia portuguesa em comunicado, lamentando as mortes. Germano Almeida salienta que o número de baixas diárias na Faixa de Gaza é muito elevado e lembra que na ação do Hamas, a 7 de outubro, houve também vítimas luso-israelitas.
“O apoio de Portugal tem sido muito claro na legitimidade de Israel reagir a 7 de outubro, mas na resolução, há cerca de 2 semanas, na Assembleia Geral da ONU, Portugal votou ao lado de uma série de países, nomeadamente europeus, condenando a ação de Israel e aumentando a necessidade do cessar-fogo e não votou ao lado dos Estados Unidos que vetou essa resolução”.
Os reféns e o papel do Qatar
Germano Almeida diz que não há confirmação mas há indicadores de que há negociações para um eventual cessar-fogo de alguns dias aceite por Israel na sequência de uma troca de reféns e quem está a liderar as negociações é o Qatar.
“Não é ainda certo que ela pode pode significar, mas poderá ser a maior libertação de reféns desde 7 de outubro por parte do Hamas. Algumas dezenas ou até perto de uma centena [de reféns] a troco de prisioneiros palestinianos por parte de Israel”.
De acordo com as agências internacionais, nas últimas horas as tropas israelitas terão já saído do hospital Al Shifa, depois de, durante o dia de ontem, terem vasculhado tudo e terem retirado alegadamente provas de que aquele hospital era essencialmente uma base militar do Hamas.
"Israel está cada vez mais isolado”
Germano Almeida considera que "Israel está cada vez mais isolado”, referindo a questão do hospital Al Shifa e a resolução da ONU.
“Os Estados Unidos, que acompanham Israel mostrando que havia ali uma base do Hamas (…), não acompanham Israel na suposta legitimidade de fazer aqueles ataques e, com isso, a catástrofe humanitária, e cito uma expressão tremenda ontem de Malta, que aquilo era um cemitério de crianças”.
Germano Almeida diz que “o facto de ser uma base militar do Hamas, não daria legitimidade de Israel para fazer isso e, portanto, Israel está cada vez mais isolado”.
A resolução do Conselho de Segurança da ONU foi aprovada com 12 votos a favor, nenhum contra e três abstenções - Estados Unidos, Reino Unido e Rússia. “É a primeira vez que os Estados Unidos não vetam uma resolução desses desse estilo no Conselho de Segurança da ONU desde 7 de Outubro”.
Encontro entre Biden e Xi Jinping
O Presidente norte-americano admitiu que as negociações com o homólogo chinês foram "das discussões mais construtivas e produtivas" que alguma vez tiveram.
"Há duas grandes coisas que saem do encontro de quatro horas de ontem: a primeira é algum entendimento sino-americano relativamente à questão do fentanil. É uma questão importante porque há um número muito elevado de mortos em alguns estados americanos relativamente a essa droga.
É da China que vem a principal produção de fentanil, uma autêntica epidemia em alguns estados americanos e Biden diz que da parte de Xi Jinping houve a garantia de que vai pressionar junto de dos principais produtores que estão na China, diz Germano Almeida.
A segunda questão é na parte militar: “Biden diz que há uma maior proximidade ao nível militar entre Estados Unidos e China para falarem sobretudo nos momentos de tensão. Até disse: 'vamos pegar mais vezes no telefone, eu e Xi, nos momentos de tensão”.