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Comentadora SIC

Acordo com Hamas "mostra que Governo de Netanyahu está fragilizado"

A comentadora SIC Maria João Tomás analisa os benefícios do acordo feito entre Hamas e Israel e o que isso significa para os próximos dias de guerra.

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Maria João Tomás, comentadora da SIC, considera que a libertação de reféns israelitas por parte do Hamas mostra um lado mais diplomático do grupo terrorista e que Netanyahu está sob pressão dos familiares.

"É uma boa notícia, mas mostra muito do que se está a passar, Netanyahu estava sob uma enorme pressão dos familiares dos reféns e que questionavam porque o estado não resgatava os seus. “Parem de matar árabes e comecem a salvar judeus”, explica Maria João Tomás.

Para a comentadora SIC, havia uma preocupação de aniquilar o Hamas, mas o que se testemunha é a “destruição completa de Gaza”. Mas Maria João Tomás relembra que os túneis do grupo estão por baixo de Gaza e, nesse aspeto, já falaram de bomba atómica que, para a comentadora, seria um “desastre que iria aniquilar tudo o resto”.

A respeito da iniciativa para as negociações a comentadora SIC acaba por considerar que o grupo terrorista que invadiu Israel a 7 de outubro está em vantagem nesta circunstância.

"As negociações são feitas no local onde está uma das partes (Hamas) e essa parte tem vantagem. Esta pausa será benéfica para se reorganizar e ter a visão completa da realidade. Este acordo é muito bom para os reféns, e Hamas aparece como se tivesse a dar lições de moral a um Governo eleito, mas que estará a comportar-se ao mesmo nível que eles, neste momento está a ser benevolente", considera.

O Papa Francisco já alertou que o conflito se está a transformar em terrorismo, mas a solução dos dois estados não parece agradar nenhum dos lados.

"Nenhum dos lados reconhece o outro. Há um conflito grande entre Hamas que não reconhece Israel e Israel a Palestina, podem ser estes dois atores a fazer esta paz? O caminho que se tem tentado é o de mediar a paz num local fora, mas de proximidade, não pode ser um país europeu, nem ter muito dedo norte-americano, tem de ser os árabes a ter um papel importante, como Qatar e Egito, e tem que ser alguém que não seja de fora", concluiu a comentador SIC.

Israel aceita acordo com Hamas

O Governo israelita aceitou na terça-feira um acordo com o grupo islamita Hamas para a libertação de reféns na Faixa de Gaza em troca da libertação de prisioneiros palestinianos e de uma trégua de quatro dias.

Horas antes do anúncio, o Hamas já tinha avançado que "a bola" estava "do lado de Israel", depois de o grupo ter comunicado a posição sobre o acordo aos mediadores Qatar e Egito.

Todos os membros do Executivo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, votaram a favor da troca e da trégua, exceto os três ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit), de extrema-direita, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.