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"Enquanto chovem bombas é muito difícil haver progresso no diálogo", afirma ministro

O ministro defende que “enquanto chovem as bombas é muito difícil haver progresso no sentido de um diálogo”, mas acredita que o acordo entre Israel e o grupo islamita tenha sido “um passo muito importante”.

"Enquanto chovem bombas é muito difícil haver progresso no diálogo", afirma ministro
JULIEN WARNAND

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) português considerou esta quarta-feira "um passo muitíssimo importante" e "uma oportunidade" para abrir caminho para o diálogo o acordo entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas para a troca de reféns e prisioneiros.

"É um passo muitíssimo importante. Em primeiro lugar, porque implica a libertação de reféns [israelitas] que nunca deveriam ser reféns e fazemos um apelo para que todos os outros reféns sejam também libertados. E também porque cria uma oportunidade de cessar-fogo temporário, mas que gostaríamos de ver evoluir para um cessar-fogo permanente", disse João Gomes Cravinho, em declarações à comunicação social portuguesa, incluindo à Lusa, em Madrid.

O ministro acrescentou que "enquanto chovem as bombas é muito difícil haver progresso no sentido de um diálogo" e o acordo de esta quarta-feira "é um primeiro momento sobre o qual se precisa agora construir para que haja condições para um diálogo".

Israel e o Hamas chegaram esta quarta-feira de madrugada a um acordo sobre a libertação de reféns detidos na Faixa de Gaza em troca de prisioneiros palestinianos, e que também prevê uma "pausa humanitária".

O objetivo é permitir a entrada de mais ajuda humanitária e de emergência, no contexto do cerco total que o enclave palestiniano enfrenta, sem abastecimento de água, eletricidade e combustível.

João Gomes Cravinho falou sobre este acordo em Madrid, em declarações a jornalistas no final de uma reunião dos titulares da pasta dos Negócios Estrangeiros do grupo dos nove países do sul da União Europeia (UE), conhecido como MED9.

Segundo o ministro português, o conflito entre Israel e o Hamas, um grupo considerado terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, esteve no centro da agenda deste encontro e houve "satisfação em relação à notícia de esta quarta-feira sobre a libertação de reféns e um cessar-fogo temporário humanitário".