Mundo

G20 defendem solução de dois Estados para terminar conflito em Gaza

Os países desenvolvidos e emergentes acordaram o envio "rápido e eficiente" de ajuda humanitária e apelaram para "o diálogo e a diplomacia como única forma de resolver os conflitos internacionais".

G20 defendem solução de dois Estados para terminar conflito em Gaza
ISRAEL DEFENSE FORCES

Os líderes do G20 defenderam esta quarta-feira a solução de dois Estados para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, na cimeira virtual convocada pela Índia, que preside ao grupo.

"Sobre a grave situação na Ásia Ocidental, e depois de ouvir todos, o G20 está de acordo em várias questões: (...) a necessidade de resolver o problema entre Israel e a Palestina através de uma solução de dois Estados", declarou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, no encerramento da reunião do G20 (grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana).

Além de apoiarem essa solução, os países desenvolvidos e emergentes condenaram o terrorismo e a morte de civis - especialmente de crianças - durante o conflito e, por isso, acordaram o envio "rápido e eficiente" de ajuda humanitária; e apelaram para "o diálogo e a diplomacia como única forma de resolver os conflitos internacionais".

Putin também esteve presente

Este encontro virtual ficou também marcado pela primeira aparição do Presidente russo, Vladimir Putin, numa cimeira de líderes do G20 desde a eclosão da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022 -- situação que este aproveitou para apontar a duplicidade de critérios dos Estados Unidos e seus aliados perante os dois conflitos.

"E o extermínio da população civil na Palestina, na Faixa de Gaza, não é chocante? E o facto de médicos terem de operar crianças (...), usar bisturis nos corpos das crianças sem anestesia, isso não choca?", questionou Putin na sua intervenção, transmitida pela televisão pública, em resposta aos líderes que esta quarta-feira se mostraram "chocados" com as consequências da "agressão" russa à Ucrânia.

"Considero que a guerra, a morte de pessoas, não pode não abalar. E o golpe sangrento na Ucrânia em 2014 que desembocou na guerra do regime de Kiev contra o seu próprio povo no Donbass [leste ucraniano]? Isso não abala?", acrescentou.