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Coreia do Norte suspende acordo militar com Coreia do Sul

Esta acordo tinha por objetivo reduzir as tensões ao longo da fronteira inter-coreana altamente militarizada, criando em particular "zonas-tampão" marítimas.

Coreia do Norte suspende acordo militar com Coreia do Sul

A Coreia do Norte anunciou, nesta quarta-feira, que suspendeu um acordo com a Coreia do Sul que tinha sido estabelecido para reduzir as tensões militares, informou a agência de informação sul-coreana Yonhap.

Esta decisão foi apresentada como uma resposta à suspensão parcial do mesmo acordo anunciado por Seul, depois do lançamento por Pyongyang de um satélite espião.

"Vamos anular as medidas militares tomadas para evitar as tensões e os confrontos militares em terra, no mar e no ar, e vamos colocar forças armadas poderosas e equipamentos militares modernos nas zonas fronteiriças", declarou o Ministério da Defesa norte-coreano, segundo a Yonhap.

O Ministério declarou que "não vai ser limitado" pelo acordo assinado com a Coreia do Norte em 19 de setembro de 2018, segundo a mesma fonte.

Esta acordo tinha por objetivo reduzir as tensões ao longo da fronteira inter-coreana altamente militarizada, criando em particular "zonas-tampão" marítimas.

A Coreia do Sul tinha reagido na quarta-feira ao lançamento pela Coreia do Norte de um satélite espião, em violação das resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU), ao anunciar a suspensão parcial deste acordo militar.

Um porta-voz do governo sul-coreano indicou à AFP que Seul não tinha podido notificar diretamente a Coreia do Norte da suspensão do acordo, porque "as linhas de comunicação com a Coreia do Norte estão cortadas".

O lançamento do satélite também foi condenado pelos EUA, pelo Japão e pela ONU.

Este lançamento ocorre quando o presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu em setembro, depois de uma reunião com o dirigente norte-coreano Kim Jong Un, que o seu país poderia ajudar Pyongyang a construir os satélites.

Seul e Washington afirmaram em sequência que Pyongyang estava a exportar armas parava Federação Russa, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a advertir que as ligações militares entre a Coreia do Norte e a Federação Russa eram "cada vez mais numerosas e perigosas".

Segundo analistas, a colocação em órbita conseguida de um satélite espião vai melhorar as capacidades de recolha de informações pela Coreia do Norte, em particular sobre a Coreia do Sul, e fornecer dados cruciais em caso de conflito militar.

Por seu lado, a Coreia do Sul prevê lançar o seu primeiro satélite espião, através de um foguetão SpaceX, no mês corrente.