Mundo

Guterres visita a Antártida esta quinta-feira para ver o "impacto mortal da crise climática"

Antes da COP28, que decorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro no Dubai, o secretário das Nações Unidas afirmou que quer "ver com os meus próprios olhos o impacto mortal da crise climática".

Guterres visita a Antártida esta quinta-feira para ver o "impacto mortal da crise climática"
BRENDAN MCDERMID/Reuters

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o Presidente chileno Gabriel Boric, realizam até sábado uma viagem à Antártida, para ver o "impacto mortal da crise climática", revelou o diplomata português.

O chefe de Estado chileno e o líder da ONU chegam na quinta-feira à base aérea antártica Presidente Eduardo Frei e regressam no sábado a Punta Arenas, porta de entrada do Chile para o continente branco, indicou a presidência chilena.

Na Antártida, onde Guterres diz querer ir para "ver com os meus próprios olhos o impacto mortal da crise climática", os dois líderes visitarão o glaciar Collins e a Ilha Kopaitic.

Também visitarão três das dez bases científicas que o Chile possui no continente e participarão no lançamento de um balão de radiossondagem, destinado a medir variáveis meteorológicas.

De acordo com a presidência chilena, esta visita pretende "destacar os efeitos do aquecimento global e apelar a esforços conjuntos à escala global para mitigar os efeitos das alterações climáticas".

Antes da COP28, que decorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro no Dubai, e enquanto o planeta caminha para um aquecimento de 2,5°C a 2,9°C até 2100, segundo a ONU, Guterres instou os líderes do mundo a "redobrarem seus esforços dramaticamente, com ambições recorde, ações recorde e reduções de emissões recorde".

A diferença entre os compromissos dos estados e o que seria necessário para respeitar os objetivos do acordo de Paris, para manter o aquecimento abaixo de 1,5 graus Celsius, constitui "um fracasso de liderança, uma traição aos que são vulneráveis e uma enorme oportunidade perdida", criticou António Guterres na segunda-feira, durante uma conferência de imprensa.

Para impedir um aumento de 3°C das temperaturas no final do século, todos os países terão de reduzir emissões muito para além das promessas atuais, cortando 42% das emissões até 2030 se quiserem não ultrapassar os 1,5°C, uma meta assumida em 2015 no Acordo de Paris sobre redução de emissões.

Se a meta for não ultrapassar os 2°C os cortes terão de ser de 28%. O Acordo de Paris impõe como meta não ultrapassar os 2°C, idealmente os 1,5°C.