Adina Galante Moshe pode ser levada já esta sexta-feira para um dos hospitais do centro de Israel. Henrique Cymerman, correspondente da SIC, contou a história vivida por esta luso-israelita depois de ter conversado por chamada com as filhas.
Esta sexta-feira ficou marcada pela libertação de 24 reféns do Hamas, entre os quais está Adina Moshe, de 72 anos, descendente de judeus sefarditas da Península Ibérica, expulsos no fim do século XV. A 7 de outubro, dia do ataque surpresa do Hamas ao território israelita, Adina viveu um autêntico pesadelo.
“No meio disto tudo, chega a história de Adina Moshe, a senhora de 72 anos que viu, no dia 7 de outubro, que dispararam em frente a casa dela, entraram na casa, tentaram arrombar a porta e mataram o seu marido. Adina, sem sapato, sem óculos e de pijama, foi levada a força pelo Hamas”, conta Henrique Cymmerman.
Recentemente, Adina recebeu o passaporte português e visita Portugal regularmente.
“Ela estava muito próxima, ia varias vezes a Portugal. Gostava muito da cultura e gastronomia portuguesa, segundo as filhas”.
Entre os 24 reféns libertados, estão quatro crianças - das 40 que foram levadas para a Faixa de Gaza - e seis idosas. Todo já entraram de carro em Israel e vão ser levados a seis hospitais da região, onde poderão receber tratamento e rever os familiares.
De visita pela Cisjordânia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, confirmou esta sexta-feira que o Estado português acelerou o processo de nacionalização de Adina Moshe, mostrando-se satisfeito pelo contributo que Portugal pôde dar.
"Trata-se de uma pessoa a quem podemos tratar de forma acelerada o seu pedido de nacionalidade portuguesa. É uma satisfação verificar que pudemos dar um contributo, pelo menos no caso dela", afirmou Gomes Cravinho.