O Papa Francisco cancelou esta segunda-feira a viagem para a Cimeira do Clima, organizada pelas Nações Unidas, no Dubai. A informação foi avançada pelo Vaticano.
Após alguns sintomas de gripe, o Papa Francisco já se estava a sentir melhor e alguns dos seus próximos compromissos foram confirmados e outros adiados para que pudesse "dedicar-lhes o tempo e a energia desejados", revelou o porta-voz do Vaticano.
No entanto, a visita à COP28 no Dubai acabou por cair, tendo sido aconselhado pelos médicos a não estar presente na Cimeira.
Esta seria a primeira vez que a Santa Sé participaria ativamente nas conversações contra a crise climática.
O Santo Padre teve vários problemas de saúde nos últimos anos e meses. Mais recentemente, esteve "um pouco constipado" no início deste mês, mas continuou com todos os seus compromissos conforme planejado.
A saúde de Francisco tem sido motivo de debate desde que deixou claro que estaria preparado para renunciar se a doença o impedisse de fazer o seu trabalho, tal como o seu antecessor Bento XVI fez de forma surpreendente, em fevereiro de 2013.
O Clima
A COP28 decorre entre 30 de novembro e 12 de dezembro nos Emirados Árabes Unidos, reunindo perto de 200 países para debater medidas e objetivos no contexto das alterações climáticas.
"É muito importante ir à COP28 e obter resultados poderosos", disse o diretor-geral Al Suwaidi, numa entrevista à Europa Press em outubro, para quem o processo climático precisa de pessoas com capacidades técnicas para avançar.
O representante da cimeira mundial, natural dos Emirados Árabes, participou como negociador do seu país na COP21 de Paris, em 2015, na qual se alcançou o Acordo Climático, atual base da ação contra a emergência climática.
Majid Al Suwaidi criticou o facto de haver uma comunidade de pessoas, especialmente jovens, realmente interessadas em encontrar soluções para o problema climático, enquanto os países estão "presos" no ciclo político, apesar de já se saber que o planeta "não está no caminho para atingir os objetivos de Paris".
Limitar o aumento do aquecimento global a 1,5 graus centígrados, reiterou, é "possível", porque a receita é conhecida e inclui, por exemplo, a proposta defendida esta semana pela Agência Internacional de Energia, em Madrid.
Quanto à transição energética, salientou que é necessário reduzir 22 gigatoneladas de emissões de gases com efeito de estufa, razão pela qual alertou para a importância de se construir hoje o sistema energético do futuro.
Majid Al Suwaidi considerou que os países desenvolvidos não estão a cumprir os investimentos prometidos no domínio climático e que o mundo está "no mesmo ponto em que estava em 2015", apelando também a uma transformação do sistema financeiro internacional e das instituições.