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Guterres saúda libertação de reféns e pede liberdade imediata para restantes

Até que essa libertação se concretize, o líder das Nações Unidas pediu que os reféns sejam "tratados humanamente" e que possam ser visitados por funcionários do Comité Internacional da Cruz Vermelha.

Guterres saúda libertação de reféns e pede liberdade imediata para restantes
CAITLIN OCHS/Reuters

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, saudou esta quarta-feira a libertação de dezenas de reféns detidos pelo Hamas, mas defendeu que os restantes sejam colocados em liberdade de forma "imediata e incondicional".

"Dezenas de reféns detidos pelo Hamas e outros foram libertados. Este é um começo bem-vindo. Mas, como venho dizendo desde o primeiro dia, todos os reféns devem ser libertados imediata e incondicionalmente", instou Guterres numa publicação na plataforma X (antigo Twitter).

Até que essa libertação se concretize, o líder das Nações Unidas pediu que os reféns sejam "tratados humanamente" e que possam ser visitados por funcionários do Comité Internacional da Cruz Vermelha, organização que garante proteção humanitária e assistência às vítimas de guerra e outras situações de violência.

O Exército israelita anunciou na noite de esta quarta-feira a libertação de mais 14 reféns - 10 israelitas e quatro tailandeses - pelo Hamas, no âmbito do acordo entre as duas partes que esta quarta-feira entrou no sexto dia e expira na quinta-feira.

De acordo com as forças israelitas (IDF, na sigla em inglês), esta informação foi transmitida pela Cruz Vermelha e os reféns estão a caminho da passagem de Rafah, seguindo da Faixa de Gaza para o Egito.

Horas antes, o Exército israelita tinha divulgado a libertação pelo Hamas de 12 reféns, referindo que dois já tinham sido transferidos para o Egito.

Além de permitir a libertação de dezenas de pessoas, quer reféns, quer prisioneiros palestinianos, o acordo entre Israel e o Hamas inclui uma trégua que tem sido utilizada para fazer entrar ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Numa reunião no Conselho de Segurança da ONU na manhã de esta quarta-feira, Guterres já havia dito que o povo do Território Palestiniano Ocupado e de Israel finalmente viu um "vislumbre de esperança e de humanidade no meio de tanta escuridão", numa referência direta às tréguas em vigor, acrescentando que foi "profundamente comovente ver os civis finalmente a terem uma trégua dos bombardeamentos, as famílias reunidas e o aumento da ajuda vital".

Contudo, Guterres lamentou que o nível de ajuda aos palestinianos em Gaza continue "completamente inadequado" face às enormes necessidades que mais de dois milhões de pessoas enfrentam no enclave, denunciando a "catástrofe humanitária épica" em curso em Gaza.

Além disso, o líder da ONU denunciou, perante o Conselho de Segurança, que o número de crianças mortas pelas forças israelitas em Gaza excede o de qualquer outro conflito ou guerra registado durante o período de um ano desde que chegou a secretário-geral das Nações Unidas, em janeiro de 2017.