O Brasil já destacou tropas para a fronteira norte. O presidente Lula da Silva avisou que a América do Sul não precisa de mais confusão e apelou ao bom senso entre a Venezuela e a Guiana. Em causa, está o referendo de Caracas que aprova a anexação de dois terços do país vizinho, onde existe a quarta maior reserva de petróleo do mundo.
Os resultados do referendo foram celebrados pelos apoiantes do regime de Caracas e presidente Nicolás Maduro fala em vitória do povo da Venezuela.
No referendo de cinco perguntas, mais de dez milhões de eleitores, disseram sim à anexação do Essequibo pela Venezuela - um território, maior que Portugal, ocupa 75% da vizinha Guiana.
Na origem do atual referendo está um conflito fronteiriço desde 1899, que foi recuperado pelo governo de Nicolás Maduro desde que foram descobertas reservas de gás e petróleo na região.
A semana passada o Tribunal Internacional de Justiça deixou o apelo ao respeito pela carta das Nações Unidas e pelos acordos internacionais.
Este referendo veio aumentar a tensão na Guiana, tendo levado já o país vizinho a destacar tropas brasileiras para a fronteira norte.
Maduro recupera uma causa histórica com 200 anos
Os analistas políticos dizem que, com este referendo, Nicolás Maduro recupera uma causa histórica de dois séculos, enquanto mobiliza apoio político contra a oposição, e revela a cobiça sobre as quartas maiores reservas de petróleo do mundo.
Na antiga colónia britânica, independente desde 1966, a exploração de crude e também de gás, em terra e no mar, inverteu já a pobreza dos 700 mil habitantes deste pequeno país.
Atual recordista de crescimento económico, o PIB da Guiana cresceu 62% em 2022.
Com a previsão de um milhão de barris por dia, deverá manter este nível de crescimento até final da década.