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Próximo ano poderá ser "ainda mais imprevisível e destrutivo" para a Ucrânia, alerta ONU

Enquanto a Ucrânia continuar sob ataque, os efeitos em cascata em todo o mundo irão persistir, alertou o diretor de coordenação do OCHA. Ramesh Rajasingham alertou referiu ainda o aumento dos ataques a hospitais e aos sistemas elétricos e de abastecimento de gás e água.

Próximo ano poderá ser "ainda mais imprevisível e destrutivo" para a Ucrânia, alerta ONU
RFE/RL/SERHII NUZHNENKO

As Nações Unidas (ONU) alertaram, nesta quarta-feira, que o próximo ano poderá ser "ainda mais imprevisível e destrutivo" para a Ucrânia caso não sejam tomadas medidas urgentes para inverter a atual trajetória e evitar uma nova escalada no conflito.

Numa reunião do Conselho de Segurança da ONU para abordar a situação humanitária na Ucrânia, o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para a Europa, Ásia Central e Américas, Miroslav Jenca, indicou que a intensificação dos ataques russos a instalações energéticas ucranianas, num momento em que as baixas temperaturas já se fazem sentir no país, está a piorar as já terríveis condições humanitárias em todo o território.

"Tal como no ano passado, 2023 foi devastador para o povo da Ucrânia. Se não forem tomadas medidas urgentes para inverter esta trajetória, o próximo ano poderá ser ainda mais imprevisível e destrutivo", advogou Jenca.

Também o diretor de coordenação do Escritório das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA), Ramesh Rajasingham, alertou para o grave impacto que a combinação dos ataques russos com um inverno rigoroso terá em milhões de ucranianos, que têm de lidar ainda com o aumento dos ataques a hospitais e aos sistemas elétricos e de abastecimento de gás e água.

"Muitas pessoas ficaram sem acesso a aquecimento, eletricidade e água, especialmente no leste e no sul. Num contexto de temperaturas gélidas, estes danos ameaçam particularmente a sobrevivência dos mais vulneráveis - entre eles idosos e pessoas com deficiência - que já sofrem devido à interrupção dos serviços essenciais causada pela guerra. A situação é profundamente preocupante", frisou Rajasingham.

O diretor de coordenação do OCHA sublinhou ainda que, enquanto a Ucrânia continuar sob ataque, os efeitos em cascata em todo o mundo irão persistir.

"À medida que chegamos ao final de 2023 e entramos em 2024, devemos redobrar os nossos esforços para evitar uma nova escalada na Ucrânia. Juntos, vocês devem fazer tudo o que estiver ao vosso alcance para acabar com esta guerra trágica", disse Rajasingham dirigindo-se ao corpo diplomático presente na reunião do Conselho de Segurança.