A COP 28 devia ter terminado esta terça-feira, mas continua e sem acordo. Os enviados da SIC contam como o impasse nesta cimeira poderá levar ao fracasso dos trabalhos da 28.ª Conferência das Partes (COP 28) da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, ainda que as reuniões entre as várias partes se tenham prolongado até horas tardias e os delegados se preparem para ficar até sexta-feira.
A enviada SIC, Carolina Reis, conta que o final desta cimeira está a ser marcado por um impasses que, “segundo alguns analistas, pode mesmo terminar com um fracasso, ou seja, sem qualquer tipo de acordo”.
“As duas partes, os dois blocos continuam muito divididos. Por um lado, a União Europeia, os Estado Unidos, a Austrália e o Reino Unido defendem que o acordo final deve ter uma linguagem forte, no sentido de caminharmos para o fim dos combustíveis fósseis. Por outro lado estão os países exportadores de petróleo e os seus aliados, com quem mantêm relações económicas, que defendem precisamente o contrário”, explica.
Durante a madrugada de segunda-feira o presidente da cimeira esteve reunido com os diferentes blocos, “a falar com todos e a perceber o que é que poderia pôr num novo rascunho”, ou seja, tentar perceber quais eram os pontos consensuais.
Segundo o que os enviados SIC conseguiram apurar, “pelo menos a União Europeia (UE) mantém-se muito firme, no sentido da linguagem ser o mais forte possível”.
E contrapartida “também a Arábia Saudita, que lidera estes países que estão dependentes do petróleo, também mantém o finca-pé de que não pode haver essa mesma linguagem, ou seja, que esta tem de ser mais suavizada”.
Alterações de última hora são positivas?
Alguns desenvolvimentos ao longo do dia resultaram no reagendamento das conferências da UE e também a do enviado especial do Presidente dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry.
"O que é que isto pode significar? Isto significa que pelo menos até amanhã essas negociações vão continuar. Depois disto, e numa perspetiva mais otimista, deverá ser apresentado o rascunho final, que pode ainda ser alterado", explica Carolina Reis.
A SIC soube que há grupos de delegados que alteraram as datas de regresso aos seus países e que “se preparam para ficar, pelo menos, até sexta-feira”, incluindo o da delegação europeia.
Espera-se que se consiga chegar a um acordo nesta cimeira, ainda que se já acha receios que esta termine como a de Copenhaga, um desfecho positivo.