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Zelensky denuncia campanha de terror da Rússia após série de ataques

Uma série de ataques russos com mísseis e drones atingiram Kiev e Kharkiv matando pelo menos quatro pessoas. Fragmentos dos mísseis abatidos pela defesa ucraniana caíram em vários bairros, incluindo em zonas residenciais. Foi emitido um alerta aéreo para todo o país.

Explosão em Kiev
Explosão em Kiev
STRINGER

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou hoje a campanha de terror da Rússia na Ucrânia, após os ataques russos desta manhã de hoje e que fizeram quatro mortos.

"Outro ataque dos selvagens russos. Quase cem mísseis de vários tipos. Pelo menos 70 mísseis foram abatidos. Quase 60 foram intercetados na área de Kiev. Houve também graves ataques em Kharkiv. Agora está a ser feito trabalho para eliminar as consequências.

Patriot, IRIS-T e NASAMS – cada um desses sistemas já salvou centenas de vidas. A Rússia será responsabilizada por cada vida perdida.

Glória à Ucrânia!"

Cerca de uma hora antes tinha também escrito no Twitter:

“Até ao momento, foram reportadas 92 pessoas feridas. Todas estão a receber assistência. Infelizmente, quatro pessoas morreram. Envio as minhas condolências para as famílias e as pessoas mais próximas. Este ano, continuaremos a trabalhar com todas as pessoas em todo o mundo que valorizam a vida para reforçar o nosso escudo aéreo e responsabilizar a Rússia por tudo o que fez. O Estado terrorista deve sentir as repercussões das suas ações", referiu Zelensky.

O Presidente ucraniano declarou que as operações de resgate continuam após os ataques, sublinhando que 500 socorristas dos serviços de emergência, funcionários municipais, polícias e funcionários da companhia de energia estão envolvidos nos trabalhos.

Explosões em Kiev e Kharkiv fazem quatro mortos e vários feridos

Várias explosões foram ouvidas hoje de manhã em Kiev e em Kharkiv, há pelo menos 4 mortos e 10 feridos, segundo autoridades ucranianas citadas pela AFP

As explosões abalaram edifícios no centro da capital ucraniana. A administração militar de Kiev afirmou que fragmentos dos mísseis abatidos tinham caído em vários bairros, incluindo em zonas residenciais.

Segundo o ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, uma pessoa foi morta na cidade de Kiev, outras duas na região de Kiev e uma em Kharkiv.

No total, "27 pessoas foram hospitalizadas" em Kiev, declarou o autarca da cidade, Vitali Klitschko.

O Presidente da Câmara de Kiev visita locais atingidos por ataques russos
VALENTYN OGIRENKO

A segunda cidade da Ucrânia, Kharkiv, localizada não muito longe da fronteira russa, foi alvo de "pelo menos quatro ataques", matando uma mulher de 91 anos, segundo o governador da região, Oleg Synegoubov.

O autarca da cidade, Igor Terekhov, também relatou "45 feridos, incluindo cinco crianças entre 6 e 13 anos".

Prédios de apartamentos de vários andares e infraestruturas civis foram danificados no centro da cidade, segundo as autoridades regionais.

Destroços de míssil russo em Kharkiv
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Mais de 250 mil pessoas também ficaram sem eletricidade na capital ucraniana após estes ataques.

“99 mísseis de vários tipos”, 72 abatidos pela defesa aérea ucraniana

A Rússia disparou na manhã de hoje "99 mísseis de vários tipos" contra a Ucrânia, 72 dos quais foram abatidos pela defesa aérea ucraniana, declarou o comandante do exército ucraniano, Valery Zaluzhnyi.

As forças ucranianas "destruíram 72 alvos aéreos", incluindo 10 mísseis hipersónicos Kinjal e três mísseis de cruzeiro Kalibre, bem como 59 mísseis de cruzeiro Kh-101, Kh-555 e Kh-55, referiu o general ucraniano na rede social Telegram.

Esta nova série de ataques ocorre um dia depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter ameaçado "intensificar" os ataques na Ucrânia em retaliação ao ataque de escala sem precedentes na cidade russa de Belgorod, no sábado, que deixou 25 mortos e 109 feridos.

Kharkiv
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A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.