O Governo norte-americano classificou Saleh al-Arouri, o 'número dois' do Hamas que morreu na terça-feira em Beirute, num bombardeamento atribuído a Israel, como um "terrorista brutal" com "sangue civil" nas mãos.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, realçou, em conferência de imprensa, que Al-Arouri era um "terrorista brutal", responsabilizou-o pelos ataques do Hamas a 7 de outubro contra Israel, onde 1.200 israelitas foram mortos.
Miller também o acusou de participar em ataques contra outros civis, noticiou a agência Efe.
O ataque contra Al-Arouri foi atribuído a Israel, embora este país normalmente não confirme ou negue este tipo de ações.
O porta-voz da diplomacia norte-americana realçou que não ter informações suficientes para apontar algum responsável pelo ataque à bomba ocorrido nos arredores de Beirute e encaminhou estas questões para o Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Quem era al-Arouri?
No Líbano desde 2018, al-Arouri chefiou a presença do grupo palestiniano na Cisjordânia e esteve detido em prisões israelitas durante 12 anos antes de ser libertado em 2010, sendo-lhe atribuído vários ataques contra Israel a partir de solo libanês.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou matá-lo antes mesmo da atual guerra contra o Hamas.
Mais recentemente, foi um dos principais negociadores do Hamas na libertação dos reféns feitos pelo seu grupo no ataque contra Israel a 7 de outubro do ano passado.
Tensão crescente na fronteira
O atentado de terça-feira, que causou a morte a outras cinco pessoas, ocorreu nos bairros do sul de Beirute, zona que representa um dos principais redutos do grupo xiita libanês Hezbollah e que não era atacada desde a guerra que travou contra Israel em o verão de 2006.
A fronteira israelo-libanesa vive atualmente o seu período de maior tensão desde a guerra travada entre o Hezbollah e Israel em 2006, na sequência da intensificação dos ataques por milícias pró-palestinianas, no dia seguinte à eclosão da guerra entre o Hamas e Israel.