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“Só quero que os meus gatos estejam bem", o desejo de quem perdeu tudo no terramoto do Japão

O tremor de terra de dia 1 de janeiro e as mais de 600 réplicas provocaram deslizamentos de terras e abriram crateras em dezenas de estradas que permanecem intransitáveis e esse é o principal obstáculo das missões de resgate.

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Mais de 72 horas depois do sismo no Japão, as equipas de resgate tentam ainda encontrar sobreviventes. Até agora, 156 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros, mas há ainda 179 dadas como desaparecidas.

Apesar do Governo japonês ter mobilizado milhares de pessoas para as operações de socorro, as autoridades regionais da península de Noto, a área mais atingida pelo sismo, dizem que 30 aldeias e vilas localizadas em zonas remotas permanecem isoladas.

O tremor de terra de dia 1 de janeiro e as mais de 600 réplicas provocaram deslizamentos de terras e abriram crateras em dezenas de estradas que permanecem intransitáveis e esse é o principal obstáculo das missões de resgate.

Apesar de terem passado mais de 72 horas desde o sismo e de, por isso, a probabilidade de encontrar sobreviventes ser menor, as operações prosseguem animadas por imagens como uma que registou o salvamento de uma vítima com mais de 80 anos.

Alguns dos residentes das áreas mais afetadas, como a cidade de Wajima, ainda sem água e eletricidade, começam aos poucos a revisitar o que resta das suas casas.

O artesão Kohei Kirimoto perdeu a casa e todos os seus trabalhos no sismo e espera que os seus três gatos tenham sobrevivido.

“Relativamente às minhas ferramentas e às minhas obras, tenho apoio graças a uma comunidade de amigos no Japão e no estrangeiro e posso recriar essas obras as vezes que quiser. Preocupo-me apenas com a vida, com a vida dos gatos”.

O artesão, neste momento, só tem um desejo:

“Só quero que os meus gatos estejam bem", rematou emociado.