Depois de um período de relativa acalmia nas relações entre as duas Coreias, a tensão regressou à Península nos primeiros dias de 2024. Para perceber as causas desta nova escalada de um conflito latente, é preciso recuar pelo menos seis anos.
Em 2018, na sequência do encontro histórico entre os dois líderes coreanos, Pyongyang e Seul assinaram um acordo em que se comprometiam a não utilizar fogo real em exercícios militares e a travar a vigilância aérea na zona de exclusão e também nas denominadas zonas tampão ao longo da fronteira.
O acordo acabaria por ser enterrado no final de 2023, depois do regime norte-coreano ter lançado o primeiro satélite espião. A Coreia do Sul anunciou a suspensão parcial do acordo, o que por sua vez levou Pyongyang a responder com a suspensão total.
Os exercícios de artilharia norte-coreanos desta sexta-feira fizeram soar os alarmes nas ilhas sul-coreanas, onde a população foi aconselhada a dirigir-se para abrigos.
Na véspera, a Coreia do Norte divulgou fotografias de uma visita de Kim Jong-un a uma fábrica de equipamento militar. Uma visita em que se fez acompanhar pela filha, apontada como uma possível sucessora do líder norte-coreano.
Pyongyang diz que as manobras com fogo real são uma resposta aos exercícios militares conjuntos de Seul e Washington perto da fronteira norte-coreana.
Estas movimentações militares implicaram também a utilização de fogo real.