Um grupo de homens armados e encapuzados invadiu esta terça-feira a emissora de televisão estatal do Equador, em Guayaquil. Este é o exemplo mais recente de uma nova onda de violência naquele país sul-americano, que anteriormente era conhecido por ser tranquilo.
O novo presidente equatoriano, Daniel Noboa, prometeu uma reação forte ao crime crescente que frustrou o seu antecessor, mas enfrenta uma árdua batalha no meio do controlo de prisões por gangues e sequestros de polícias.
Mas por que razão a segurança tem vindo a deteriorar-se?
A segurança no Equador tem piorado desde a pandemia de covid-19, que também atingiu brutalmente a economia.
De acordo com o governo local, as mortes violentas ultrapassaram as oito mil em 2023, quase o dobro em relação ao ano anterior.
Dentro das prisões equatorianas, os gangues aproveitaram-se do fraco controlo do Estado para expandir o seu poder. A violência nos estabelecimentos prisionais tornou-se cada vez mais comum, resultando em centenas de mortes, que as autoridades atribuem às batalhas entre grupos organizados para controlar as prisões.
Guayaquil, a maior cidade costeira do Equador, é considerada a mais perigosa do país, sendo os seus portos um centro de contrabando de droga.
Noboa, que tomou posse em novembro do ano passado, divulgou o "Plano Phoenix" para a segurança, incluindo uma nova unidade de inteligência, armas táticas para as forças militares, novas prisões de alta segurança e controlo reforçado em portos e aeroportos.
O que causou a onda de violência desta semana?
A polícia equatoriana revelou no passado domingo que Adolfo Macias, líder do gangue criminoso ‘Los Choneros’, tinha desaparecido da prisão onde estava a cumprir uma pena de 34 anos.
Desde segunda-feira que se registam incidentes de violência em pelo menos seis prisões, com mais de 150 guardas e outros funcionários feitos reféns pelos presos.
Esta terça-feira, a violência espalhou-se pelas ruas, com sete agentes da polícia a serem raptados em incidentes por todo o país e cinco explosões confirmadas em várias cidades, embora não tenham causado feridos.
Daniel Noboa, que já disse que "não negociará com terroristas”, afirmou que a onda de violência é uma reação aos planos do seu Governo de construir uma nova prisão de segurança máxima.
O presidente equatoriano declarou estado de emergência por 60 dias, tendo ordenado patrulhas militares, inclusive nas prisões e um recolher noturno nacional.
Com Reuters